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Chile: EUA saúdam vitória de líder da extrema-direita, José Antonio Kast

Lusa 15 de dezembro de 2025 às 08:31

José Antonio Kast, um advogado de 59 anos, venceu no domingo as eleições presidenciais chilenas, derrotando à segunda volta a candidata de esquerda, Jeannette Jara, por uma larga margem, quando estão contados mais de 99% dos votos.

O chefe da diplomacia norte-americana saudou a eleição de José Antonio Kast como Presidente do Chile, que leva ao poder na América Latina um líder de extrema-direita com ideias próximas das do Presidente norte-americano, Donald Trump.
José António Kast, candidato à presidência do Chile, acena com bandeira AP
“Sob a liderança de José Antonio Kast, estamos confiantes de que o Chile fará avançar prioridades comuns, em especial o reforço da segurança pública, o fim da imigração ilegal e a revitalização das nossas relações comerciais”, declarou Marco Rubio num comunicado. O secretário de Estado norte-americano acrescentou que espera trabalhar em estreita colaboração com o Governo de Kast. José Antonio Kast, um advogado de 59 anos, venceu no domingo as eleições presidenciais chilenas, derrotando à segunda volta a candidata de esquerda, Jeannette Jara, por uma larga margem, quando estão contados mais de 99% dos votos. Segundo os dados preliminares do Serviço Eleitoral (Servel), o ex-deputado obteve 58,1% dos votos, contra 41,8% de Jara, de 51 anos, ex-ministra do Trabalho do executivo do Presidente cessante, Gabriel Boric. O fundador do Partido Republicano venceu em todas as 16 regiões do país, incluindo bastiões de esquerda como Valparaíso e a Região Metropolitana, que engloba a capital, Santiago do Chile, e obteve uma vitória esmagadora nas zonas mineiras do norte e nas zonas agrícolas do sul. À terceira tentativa, Kast era o favorito nas sondagens para a segunda volta das eleições presidenciais e será assim o próximo chefe de Estado do Chile. O Presidente eleito, que fez campanha a favor da continuidade do general Augusto Pinochet (1973-1990) no plebiscito de 1988, é o primeiro candidato de extrema-direita a chegar ao palácio de La Moneda desde o retorno do Chile à democracia, 35 anos depois do fim da ditadura de Pinochet. Com fortes ligações com outros líderes da extrema-direita da região, Kast prometeu a expulsão em massa de migrantes, a criminalização da imigração e a construção de prisões de segurança máxima com isolamento total para os líderes do tráfico de droga. Desde o regresso à democracia no Chile, esta é também a segunda maior vitória presidencial, depois da eleição por uma margem de 24,3 pontos percentuais da candidata progressista Michelle Bachelet em 2013, contra a conservadora Evelyn Matthei. Pai de nove filhos e católico praticante, Kast receberá a 11 de março de 2026 a faixa presidencial do progressista Gabriel Boric, seu adversário nas eleições de 2021, contra quem perdeu por uma larga margem há quatro anos. Boric prometeu, no domingo, facilitar a transição do poder para o candidato de extrema-direita e confirmou que se reunirá hoje com o Presidente eleito no Palácio de La Moneda para lhe entregar “um país em marcha”. O Presidente do Equador, Daniel Noboa, saudou também no domingo José Antonio Kast pela vitória eleitoral, afirmando que com ela se inicia uma nova etapa para o Chile e para a região. “Parabéns, José Antonio Kast. Começa um novo capítulo para o Chile e para a região. A partir do Equador, reafirmamos o nosso compromisso em aprofundar os nossos esforços conjuntos”, escreveu Noboa na sua conta da rede social X. Tal como Noboa, o ex-Presidente conservador equatoriano Guillermo Lasso (2021-2023) felicitou o Presidente eleito chileno “pela sua retumbante vitória” e afirmou que “a sua liderança fortalecerá a firme e estratégica cooperação entre o Chile e o Equador”. O Governo da Bolívia também felicitou Kast pela vitória presidencial, expressando o desejo de uma “relação estreita e diálogo” com o país vizinho. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros boliviano saudou “o povo” chileno “pela expressão soberana da sua vontade democrática” e enviou “felicitações a José Antonio Kast pelo apoio popular recebido”. O Governo do Panamá saudou também Kast e augurou-lhe que “alcance os objetivos definidos, em prol do bem-estar, da estabilidade e da prosperidade do povo chileno”.
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