Casamentos infantis não vão ser erradicados neste século, diz UNICEF
De acordo com as estimativas globais da UNICEF, cerca de 12 milhões de mulheres tornam-se noivas todos os anos, antes de atingirem a maioridade.
O número de casamentos infantis está a diminuir em todo o mundo, mas a um ritmo muito lento. Apesar dos progressos dos últimos anos, um novo relatório da UNICEF(Fundo de Emergência Internacional para Crianças das Nações Unidas) revela que a prática não vai ser eliminada ainda neste século.
O relatório refere ainda que as crises socioeconómicas, os conflitos armados e até as consequências da pandemia de covid-19 ameaçam reverter o declínio no número de casamentos na infância.
Estima-se que 640 milhões das mulheres vivas hoje se tenham casado antes de atingirem a maioridade e que 12 milhões de meninas se tornem noivas por ano.
"O mundo está a mergulhar em crises e mais crises que estão a destruir as esperanças e sonhos de crianças vulneráveis, especialmente meninas que deviam ser estudantes, não noivas", disse a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, em comunicado.
"Crises económicas e de saúde, conflitos armados crescentes e os efeitos devastadores da mudança climática estão a forçar as famílias a procurar uma falsa sensação de refúgio no casamento infantil," acrescenta.
De acordo com o relatório, a percentagem de mulheres jovens que se casaram durante a infância caiu de 21% para 19% desde as últimas estimativas divulgadas, mas, ainda assim, a erradicação não será uma realidade até ao fim deste século.
A agência das Nacões Unidas dá o exemplo da África Subsariana, que tem a segunda maior percentagem global de noivas infantis (20%) e que pode vir a demorar mais de 200 anos a acabar com prática.
A UNICEF alerta para as consequências negativas provocadas pelo casamento infantil, incluindo o aumento do risco de gravidez precoce, o aumento de problemas de saúde infantil e materna e da mortalidade.
Edições do Dia
Boas leituras!