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Boris Johnson pede investigação “credível e transparente” sobre desastre aéreo no Irão

09 de janeiro de 2020 às 18:35

O aparelho Boeing 737 despenhou-se na quarta-feira de manhã dois minutos depois de ter descolado de Teerão. Todas as 176 pessoas que estavam a bordo morreram no desastre.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu hoje uma "investigação completa, credível e transparente" sobre o desastre aéreo ocorrido na quarta-feira no Irão que matou 176 pessoas, incluindo três britânicos.

"As informações que temos são muito perturbadoras e estamos a analisá-las com urgência", acrescentou um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro britânico (Downing Street), sem fornecer mais pormenores, após um contacto telefónico entre Boris Johnson e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.

O aparelho Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana Ukraine International Airlines (UIA, na sigla em inglês) despenhou-se na quarta-feira de manhã dois minutos depois de ter descolado da capital iraniana, Teerão.

O aparelho tinha como destino a capital da Ucrânia, Kiev.

Todas as 176 pessoas (passageiros e tripulantes) que estavam a bordo morreram no desastre.

A maioria das vítimas tinha nacionalidade iraniana e canadiana, mas também estavam a bordo cidadãos da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e do Reino Unido.

As autoridades ucranianas, que enviaram para Teerão uma equipa de 45 investigadores para participar no inquérito em curso, avançaram hoje que estão a investigar pelo menos sete possíveis causas do desastre, incluindo um eventual ataque com mísseis.

"Estamos a avaliar de forma minuciosa todas as teses, que são sete", indicou hoje, em declarações à agência France-Presse (AFP), o secretário do Conselho ucraniano de Segurança e de Defesa Nacional, Sergei Danylov.

Por enquanto, "nenhuma é prioritária", precisou o mesmo representante ucraniano.

Entre as possíveis teses que estão a ser exploradas pelas autoridades da Ucrânia está um possível disparo de um míssil antiaéreo contra o Boeing 737, a explosão de uma bomba a bordo do aparelho, a colisão do avião de passageiros com um ‘drone’ (aparelho aéreo não-tripulado) ou a deflagração de um incêndio no motor "por razões técnicas".

Segundo os primeiros elementos do inquérito da Organização de Aviação Civil iraniana (CAO), o voo da UIA despenhou-se após um "problema" e um incêndio a bordo.

Nas redes sociais e em alguns 'media' norte-americanos estão a circular informações que estão a levantar a hipótese do Boeing 737 ter sido atingido por um míssil disparado pela Guarda Revolucionária do Irão.

Teerão já rejeitou essa teoria, afirmando hoje que essa hipótese "não faz sentido".

O Boeing 737 despenhou-se algumas horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional anti-‘jihadista’ liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque em Bagdad ordenado por Washington na sexta-feira passada.

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