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Dois anos de tratamentos depois, mulher descobre não ter cancro

Andreia Antunes com Leonor Riso 20 de outubro de 2023 às 17:15

Após lhe confirmaram o erro médico, Megan Royle ganhou um acordo extrajudicial com os dois hospitais envolvidos no incidente.

Megan Royle, maquilhadora teatral de Yorkshire, foi falsamente diagnosticada com cancro da pele em 2019. A britânica realizou nove tratamentos, uma cirurgia e congelou óvulos antes do erro no seu diagnóstico ser revelado.

A britânica apercebeu-se que um sinal no seu antebraço tinha aumentado de tamanho, sentia comichão e tinha crostas. Foi encaminhada para uma revisão dermatológica no hospital Chelsea e Westminster, em Londres, pelo seu médico de família em 2019.

Foi então, aos 29 anos, que realizou uma biópsia e foi informada que lhe tinha sido identificado um melanoma, um tipo de cancro da pele. Após o resultado, Megan foi encaminhada para a unidade especializada em cancro no hospital Royal Marsden, onde a sua biópsia foi revista e o diagnóstico, confirmado.

Megan Royle foi então submetida a uma cirurgia para excisão de tecido com dois centímetros de largura para remover o sinal que se pensava ser cancro. Além disso, os seus braços foram operados, o que lhe deixou grandes cicatrizes. Também decidiu congelar os seus óvulos para poder preservar a sua fertilidade, pois foi-lhe mencionado que o tratamento de imunoterapia que ia receber afetaria a sua fertilidade.

"Não estava a pensar em ter filhos nessa altura, mas ter filhos foi sempre algo que planeei para mais tarde na vida, por isso preservar os óvulos foi algo que não hesitei em fazer", revelou Royle à BBC.

A britânica passou por nove ciclos de tratamentos desde 2019 até maio de 2021, e depois de lhe ter sido dito que já não tinha cancro, mudou-se para o norte devido à pandemia ter afetado a sua carreira. Após ir a um novo hospital onde foram analisados os registos e exames, é que o erro no diagnóstico foi revelado.

"Passei dois anos a pensar que tinha cancro, fiz todos os tratamentos e depois disseram-me que não tinha cancro nenhum", lamenta. "Seria de esperar que a emoção imediata fosse o alívio, e de certa forma foi, mas diria que as emoções mais fortes foram a frustração e a raiva", confessa.

A mulher, com 33 anos, levou então o seu caso a um advogado especializado em negligência médica, e conseguiu um acordo extrajudicial com o hospital Royal Marsden e o Imperial College Healthcare NHS Foundation Trust, que gere o serviço de patologia utilizado pelo hospital que cometeu o primeiro erro.

"Megan foi erradamente diagnosticada com cancro da pele, algo que obviamente teve um impacto psicológico significativo sobre ela, dada a sua tenra idade", referiu um dos seus advogados, Matthew Gascoyne.

"Desejamos apresentar as nossas sinceras desculpas a Megan Royle pela angústia causada pela sua experiência na nossa instituição e estamos satisfeitos por ter sido alcançado um acordo", adiantou um porta-voz do hospital Royal Marsden à Sky News.

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