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Canção Thinking Out Loud leva Ed Sheeran a julgamento

Os herdeiros de Ed Townsend, músico e produtor que coescreveu Let's Get It On, consideram que Ed Sheeran, assim como a Warner Music Group e a editora musical Sony Music Publishing, lhes devem uma parte dos lucros de Thinking Out Loud.

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Edição de 2 a 8 de setembro
Canção Thinking Out Loud leva Ed Sheeran a julgamento
Débora Calheiros Lourenço 26 de abril de 2023 às 13:37
REUTERS/Eduardo Munoz

Ed Sheeran está a ser julgado por plágio devido às "surpreendentes similaridades" entre o clássicoLet's Get It On, de 1973, eThinking Out Loud. As acusações são feitas pelos herdeiros de Ed Townsend, músico e produtor que coescreveu o clássico de Marvim Gaye.

Na terça-feira, 25, o músico britânico esteve no banco das testemunhas num tribunal federal de Manhattan, para ouvir os argumentos iniciais. Os advogados dos herdeiros de Ed Townsend começaram por transmitir os vídeos das duas músicas, para reforçar às semelhanças e que Ed Sheeran, assim como a Warner Music Group e a editora musical Sony Music Publishing, lhes devem uma parte dos lucros deThinking Out Loud.

Um dos advogados, Ben Crump, considerou até que o vídeo é uma "confissão aberta" de Ed Sheeran. Já Keisha Rice, outra das advogadas de acusação, afirmou que muitas das canções pop utilizam os mesmos quatro acordes e que em muitos concertos Ed Sheeran apresentamash-upsde canções muito conhecida.

Ed Sheeran, partilhou com o júri e muitas vezes utiliza clássicos nos seus concertos, passado porLei it Bedos Beatles ouNo Woman, No Cryde Bob Marley. Mas argumentou: "Se eu realmente tivesse feito plágio como me estão a acusar, seria parvo subir a um palco em frente a 20 mil pessoas e cantar misturas das minhas músicas com as de outros".

Durante a sua intervenção, Keisha Rice interrompeu o autor deThinking Out Loudvárias vezes, o que fez Ed Sheeran dizer: "Sinto que não quer que eu responda às suas questões porque sabe que o que eu vou dizer faz muito sentido".

Na declaração inicial da advogada de Ed Sheeran, Ilene Farkas defendeu que as duas músicas são distintas e que os queixosos não tinham direito a "monopolizar" uma progressão de acordes que é muito comum e amplamente utilizada, uma vez que "há dezenas, se não centenas, de canções anteriores e posteriores" à canção de Gaye "que utilizam a mesma progressão de acordes ou uma parecida".

No início do julgamento o juiz Louis Stanton teve que avisar os jurados de que "não é permitido dançar" em tribunal, uma vez que quando os sete membros do júri ouviram omedleydeThinking Out LoudeLet's Get It Onperderam a "compostura necessária".Thinking Out Loudganhou o Grammy paraCanção do Anoem 2016, altura em que foi publicada.

Se o júri considerar que Ed Sheeran violou direitos autorais, o julgamento passa para uma segunda fase não qual é determinado quanto é que o cantor e as gravadoras devem pagar pelos danos.

Ed Sheeran já tinha sido acusado de plágio anteriormente: em abril de 2022 o cantor ganhou uma batalha legal onde Sami Chokri e Ross O'Donoghue o acusavam de copiar a sua melodia para a utilizar emShape of You.

Neste julgamento o artista já tinha qualificado o processo como um exemplo de como os direitos autorais podem ir longe de mais e sufocar a criatividade.

No julgamento de Londres o juiz decidiu que Ed Sheeran não tinha copiado, "nem deliberada nem inconscientemente" a melodia deOh Whydepois dos advogados terem comprovado que o músico nunca tinha ouvido a canção.

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