Exposição sobre Memorial do Convento no Palácio de Mafra
A mostra integra-se nas comemorações dos 35 anos desde a publicação de Memorial do Convento e dos 300 anos do lançamento da primeira pedra do Palácio Nacional de Mafra
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Edição de 5 a 11 de agosto
26 de março de 2017 às 10:59
A exposição Memorial do Convento – Era uma vez um rei devoto, um padre que queria voar, e uma mulher com poderes abre ao público este domingo, 26 de Março, no Palácio Nacional de Mafra. A exposição fica patente até ao final de Maio.
A exposição é inspirada no romance Memorial do Convento de José Saramago, publicado em 1982. Os curadores da mostra são Filomena Oliveira e Miguel Real que disseram à agência Lusa que serão mostradas ao público fotografias inéditas de Saramago em Mafra, enquanto se preparava para escrever a obra.
Parte do enredo do romance passa-se na cidade de Mafra, durante a construção do convento, mandado edificar por D. João V - uma das personagens do romance.
A exposição dá também a conhecer as capas das primeiras edições do Memorial do Convento, bem como edições traduzidas em várias partes do mundo, tais como na China, Israel, Polónia, Noruega ou Rússia.
A mostra integra ainda sete das 35 telas inspiradas na obra da autoria do designer e artista plástico José Santa Bárbara, responsável por intervenções plásticas em várias estações do Metropolitano de Lisboa. Essas 35 telas constituíram a exposição Vontades. Uma leitura do Memorial do Convento, que esteve patente em Agosto de 2001 na Biblioteca Nacional. Sobre estas ilustrações Saramago afirmou que tinha sido através dela que tinha descoberto o rosto de Blimunda através dos quadros.
A mostra documental integra-se nas comemorações dos 35 anos após a publicação de Memorial do Convento e dos 300 anos do lançamento da primeira pedra do Palácio Nacional de Mafra, que se prolongam até 17 de Novembro de 2017.
O programa prevê ainda, ao longo do ano, conferências, visitas à Tapada Nacional, lançamento de livros, concertos a seis órgãos, encenação de uma peça de teatro baseada no Memorial do Convento, de José Saramago, visitas subterrâneas a locais vedados ao público, exposições e espectáculos de videomapping com fogo-de-artifício.
O título da exposição faz referência a alguns aspectos da obra. O "rei devoto" é D. João V, responsável por mandar construir a obra, depois de lhe ser prometido um filho por um frade. O "padre que queria voar" é o padre Bartolomeu Lourenço, um padre inventor que desenhou um objecto no qual pretendia voar, ao qual chamou Passarola. A "mulher com poderes" é Blimunda, uma das personagens centrais da obra que é capaz de ver "vontades".
José Saramago recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1998, sendo à data o único autor de expressão lusófona a ter sido distinguido com o prémio.