O presidente francês, Emmanuel Macron, esteve à conversa com a revistaVarietyefalou sobre a série de sucesso da Netflix Emily in Paris, gravada em França e onde a sua mulher, Brigitte Macron, fez umabreve aparição na última temporada. Durante a entrevista criticou a mudança deEmily in Parispara "Emily in Roma" - uma aposta da quinta-temporada, cuja gravação já foi confirmada pela Netflix.
"Lutaremos muito e pediremos que permaneçam em Paris. Emily é em Paris, em Roma não faz sentido", disse o governante na entrevista.
A série de sucesso levou o turismo em massa até França, impulsionou o comércio e aumentou o número de consultas com agentes imobiliários na capital, segundo avançou o jornal The Guardian. Agora, a sua partida para Itália tornou-se numa questão política.
A mulher de Emmanuel Macron, Brigitte, chegou também a participar na quarta temporada da série. A antiga professora, de 71 anos, aparece durante breves minutos a almoçar num restaurante quando a personagem principal se aproxima da mesma, por esta ser sua seguidora na rede social Instagram.
O presidente francês disse agora estar satisfeito com a participação da sua companheira na quarta temporada. "Fiquei super orgulhoso e ela ficou muito feliz por o fazer. São apenas alguns minutos, mas acho que foi um momento muito bom para ela. Acho que é bom para a imagem de França. Emily in Paris é muito positivo em termos de atratividade para o país. Para o meu próprio negócio, é uma iniciativa muito boa", confessou.
A Variety questionou também Emmanuel Macron sobre se haveria sido convidado a participar na série, ao que o presidente respondeu: "Sou menos atraente do que Brigitte."
A quarta temporada de Emily in Paris levou, pela primeira vez, a história até à capital italiana, onde a estrela da série, interpretada por Lily Collins procura novas perspetivas de romance e carreira. Quando foi anunciada uma quinta temporada, no mês passado, os seus realizadores afirmaram que a série se desenrolaria entre Paris e Roma, com Emily a ter "uma presença" em Itália.
Darren Star, o produtor, citado pelo The Guardian, justificou que Lily Collins "estava a ficar muito confortável em Paris. Queria colocá-la em águas desconhecidas", acrescentou.
Apesar dos números revelarem uma boa audiência, Emily in Paris chegou a ser fortemente criticada em França quando estreou, alegando que a série mostrava Paris através de clichés. "É uma série cheia de estereótipos, mas não conseguimos odiá-la totalmente", disse a revista cultural francesa Telerama quando o programa foi para o ar pela primeira vez, em 2020.
O Guardian cita ainda um estudo feito, este ano, pelo Centro Nacional de Cinema e Animação (CNC) de França, onde 38% dos turistas mencionaram a série como sendo um dos motivos para visitar Paris. O posto de turismo parisiense terá também aproveitado o sucesso para sugerir a visita a 10 locais-chave, onde as cenas foram filmadas. Além disso, a produção também terá provocado um aumento acentuado nas pesquisas online sobre mudanças para a cidade.