Crítica de livros: O Mundo Gay de António Botto

" Anna M. Klobucka faz um minucioso tour d'horizon à vida do poeta, sem esquecer as origens humildes", escreve Eduardo Pitta na sua crítica

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Edição de 25 a 31 de maio
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Eduardo Pitta 15 de julho de 2018

Como escrevi na introdução de Canções e Outros Poemas (2008), António Botto foi sempre um caso mal resolvido. Passados quase 60 anos da sua morte, atropelado no Rio de Janeiro em 1959, surge o estudo que fazia falta: O Mundo Gay  de António Botto. Não é despiciendo que Anna M. Klobucka o tenha feito - Botto foi, nos anos 1920, um percursor da poesia de inscrição homossexual. Verdade que Wilde e Gide, de tradições literárias fortes, eram lidos e alvo de controvérsia. Botto contou quase só com Fernando Pessoa, que publicou a segunda edição de Canções, escreveu ensaios em seu louvor e, por interposto Álvaro de Campos, invectivou os universitários de Lisboa por ocasião do auto-de-fé de 5 de Março de 1923 (exemplares de Canções foram apreendidos pelo Governo Civil e queimados no Rossio). Além de Pessoa, Aquilino Ribeiro foi o único a repudiar publicamente a campanha ultramontana.

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