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Stephen Dorff em entrevista, para lá de True Detective: "Fiz ótimos filmes, mas o Somewhere é especial"

De passagem por Portugal para promover o lançamento do serviço de streaming da HBO e a terceira temporada de True Detective, o ator de Blade e Somewhere falou com a SÁBADO

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Edição de 5 a 11 de agosto
Stephen Dorff em entrevista, para lá de True Detective: 'Fiz ótimos filmes, mas o Somewhere é especial'
Markus Almeida 14 de fevereiro de 2019 às 07:00

A HBO chegou a Portugal e com ela vieram os atores Rodrigo Santoro (Westworld), Stephen Dorff (True Detective) e o CEO da HBO Europe, Hervé Payan, que na manhã de terça-feira, 12, se juntaram ao CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, para a apresentação oficial à imprensa do serviço de streaming que já no dia anterior tinha sido disponibilizado ao mercado português.

Mais à noite, uma festa exclusiva no SUD Lisboa com a presença das duas estrelas internacionais e um rol de vedetas da televisão portuguesa assinalou o lançamento oficial da HBO Portugal.

Foi, por isso, um Stephen Dorff de voz rouca e com olheiras que encontrámos na manhã seguinte a fumar ao sol no terraço do seu quarto de hotel junto ao rio. Bebia um sumo de laranja enquanto esperava pela entrada do jornalista da SÁBADO para falar sobre o seu papel em True Detective, onde partilha com Mahershala Ali o protagonismo da série criada por Nic Pizzolatto em 2014 e que a cada temporada tem elenco renovado e novos casos por deslindar.

Está habituado a promover os filmes em que participa, mas provavelmente nunca foi ao estrangeiro para ser a cara de uma empresa como a HBO quando esta entra num novo mercado... 

Sem dúvida, e também nunca tinha feito uma série como esta. Desde que a televisão ficou na moda e se tornou, em alguns casos, maior até do que o cinema... Por exemplo, a promoção de True Detective nos Estados Unidos está em todo o lado neste momento, mais do que as últimas estreias no cinema. Como sempre fiz cinema, para mim foi uma grande oportunidade poder passar oito horas numa personagem, com a grande escrita do Nic Pizzolatto, em vez da habitual hora e meia. True Detective é como um filme de oito horas. 

E vir a Portugal para ser umas das caras da HBO – o Rodrigo também está cá –, vir a um país onde nunca tinha estado, o que é estranho porque julgava que já tinha estado em todo o lado... Por isso estar cá com estes tipos para o lançamento da HBO tem sido muito cool. Adoro ir a sítios onde nunca estive e para já Lisboa está a ser incrível.

Markus Almeida

Quando chegou?

Cheguei há duas noites. Voei de Los Angeles para Londres e vim para cá no mesmo dia.

Que tal o jet lag?

Ontem trabalhámos no duro, com muitos compromissos de imprensa e depois tivemos a grande festa... Estou um pouco cansado agora, mas está tudo bem. Depois durmo uma sesta.  

A primeira temporada de True Detective foi amplamente elogiada pela crítica, mas a segunda nem por isso... Já há críticas à terceira? Como tem sido a resposta?

A série já está a dar praticamente em todo o mundo menos aqui. Já vamos no sexto episódio.  

De um total de oito?

Sim. Já já vamos bem longe na história. As críticas têm sido de forma geral muito boas. Quer dizer, eu na verdade não costumo ler as críticas, mas estou a par do que se diz e vejo que no Rotten Tomatoes estamos com classificação de 95%, o que é enorme. Ainda não li nem ouvi um único comentário negativo. Toda a gente está a dizer que estamos de volta ao nível da primeira temporada. Na verdade, para mim estamos ainda melhor porque esta temporada é mais ambiciosa. As emoções por trás do caso, por trás destas duas personagens, o facto de contarmos a história em três linhas temporais diferentes – a primeira temporada teve flashbacks de duas décadas no passado. Já nós temos estamos constantemente às voltas com três linhas temporais. Vamos desde as nossas personagens com 30 anos, depois com 40, e até aos 75. É uma escala maior e muito mais expansiva no que à escrita diz respeito. Também para o Nic esta é a temporada preferida.

O que o faz decidir-se por um projeto, em detrimento de outro?

É sempre diferente mas geralmente tudo começa pelo argumento. Um projeto sem argumento não é nada. Depois vamos ver quem mais está envolvido, por exemplo quem vai realizar. Nos filmes o realizador é quem mais importa. Em televisão quem manda é o showrunner [figura que junta o de criador ao de produtor e argumentista principal], que neste caso é o Nic. É um jogo e um campo de atuação completamente diferente do do cinema.

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