Sábado – Pense por si

Eastwood, Lanthimos e Inteligência Artificial no festival de cinema LEFFEST

A 17ª edição do festival abre com o novo filme de Lanthimos, "Pobres Criaturas", que conta com Emma Stone e a portuguesa Carminho. Haverá ainda uma retrospetiva dos filmes de Clint Eastwood.

Capa da Sábado Edição 5 a 11 de agosto
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 5 a 11 de agosto
Lusa 13 de outubro de 2023 às 13:34
Searchlight Pictures

O festival de cinema LEFFEST, que este ano acontece pela primeira vez só em Lisboa, vai abrir com o filmePobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos, homenagear Clint Eastwood e debater a relação da Inteligência Artificial com a criação.

A 17.ª edição do LEFFEST -- Lisboa Film Festival, anunciada esta sexta-feira em conferência de imprensa, vai acontecer de 10 a 19 de novembro, em seis espaços de Lisboa, entre os quais o Cinema Nimas, o Teatro Tivoli, o Cineteatro Turim e a Academia das Ciências.

Da programação anunciada esta sexta-feira pelo diretor do festival, Paulo Branco, destacam-se vários filmes que passaram pelos principais festivais europeus de cinema, alguns dos quais premiados.

Além dePobres criaturas, Leão de Ouro no Festival de Veneza, destacam-se na seleção oficialThe green border, da realizadora polaca Agnieszka Holland,O corno do centeio, produção luso-espanhola de Jaione Camborda premiada em San Sebastian,Priscilla, de Sofia Coppola, eEvil does not exist, de Ryûsuke Hamaguchi.

Entre os convidados anunciados para a 17.ª edição estão os cineastas Victor Erice, Ryûsuke Hamaguchi, Leos Carax, Nuri Bilge Ceylan -- de quem será mostrada uma retrospetiva -, Cédric Kahn e Jaione Camborda.

Destaque ainda para o realizador português Pedro Costa, com uma programação intitulada "Os quartos do cineasta Pedro Costa", que inclui a apresentação de um livro do filósofo e ensaísta Jacques Rancière sobre o cineasta, e a exibição da curta-metragemAs filhas do fogo.

A edição dePedro Costa --- Os Quartos do Cineasta, do filósofo francês, foi anunciada para o último trimestre do ano, pela editora Relógio d'Água.

O júri, presidido pelo realizador Elia Suleiman, inclui a atriz e realizadora Fanny Ardant, o realizador e fotógrafo Khalik Allah, o escritor Giorgi Gospodinov, o músico e compositor Nitin Sawhney, a escritora Rachel Kushner e a artista plástica Adriana Molder.

Há ainda a sublinhar o acolhimento da exposiçãoÉloge de L'Image -- Le livre d'image, que, segundo Paulo Branco, o cineasta suíço Jean-Luc Godard estava a preparar antes de morrer, em setembro de 2022.

A exposição, com instalações, objetos, textos e vídeo, tem curadoria de Fabrice Aragno e ocupará cinco salas do Palácio Sinel de Cordes, sede da Trienal de Arquitetura.

Este festival de cinema aconteceu pela primeira vez em 2007 e chegou a envolver os municípios de Cascais e Sintra.

No final da conferência de imprensa, Paulo Branco contou à agência Lusa que a produção do LEFFEST apenas em Lisboa representa uma "evolução natural" e segue uma lógica de "tentar fazer um festival numa grande cidade como Lisboa e tentar que corresponda ao que a cidade precisa de relação da cultura com os espectadores".

"Só tenho a agradecer às outras câmaras que me apoiaram nestes anos, sem elas o festival não teria existido, mas tendo havido esta abertura da câmara de Lisboa de o transformar num festival-bandeira da cidade, eu aceitei", disse.

As sessões de cinema irão repartir-se entre o Nimas, o Turim e o Teatro Tivoli, para uma assistência que variará entre os 1.200 e os 90 lugares, contando com a Academia de Ciências, que acolherá o debate sobre Inteligência Artificial, e o palácio da Trienal de Arquitetura.

Haverá ainda uma exposição do fotógrafo Khalik Allah na Galeria Imago Lisboa e, já fora de Lisboa, a apresentação da peçaO dever de deslumbar, sobre Natália Correia, com encenação da realizadora Ana Rocha de Sousa, no Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas.

A programação proposta inclui ainda os filmes portuguesesUbu, de Paulo Abreu, eDiálogos depois do fim, de Tiago Guedes, assim como quatro obras da realizadora Justine Triet, e as mais recentes produções, em antestreia nacional, de Todd Haynes (May December), Richard Linklater (Hit Man) e Ken Loach (The Old Oak).

"Eu tento que este espectáculo não escolha o espectador. Os espectadores é que têm de escolher os espectáculos que querem ver. A nossa batalha desde sempre é sobretudo não ceder à vulgaridade e mediocridade e [que, com] tudo o que propomos, nos possamos orgulhar disso. É mostrar o que de mais importante se fez no panorama cinematográfico este ano", explicou Paulo Branco.

Na apresentação à imprensa, o presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse que este festival é "uma interseção entre culturas", do cinema, com a ciência, a arquitetura, a música e os debates.

Artigos Relacionados
A Newsletter As Mais Lidas no seu e-mail
Às Sextas-Feiras não perca as notícias mais lidas da semana