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TAP vai cortar "no máximo" 2 mil postos de trabalho, mas poderiam ser 3 mil

11 de dezembro de 2020 às 12:40

Ministro Pedro Nuno Santos já indicou que o corte na frota da TAP será de 19%, durante a apresentação do plano de reestruturação da TAP.

Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas e Planeamento, apresentou o plano de reestruturação da TAP em conferência de imprensa. O governante revelou que se prevê que, em 2020, a TAP tenha transportado "28% dos passageiros transportados em 2019". 

"O sector da aviação é o mais atingido em todo o mundo", e, na TAP, regista-se uma quebra de "70% do volume de negócios", afirmou o ministro. 

Até 2025, são previstas perdas de 6,7 mil milhões de euros em receitas. 

Pedro Nuno Santos já indicou que o corte na frota da TAP será de 19%. A redução de aeronaves é de 108 para 88, sendo que este último número se registará logo em 2021. 

O governante adiantou que a redução de efetivos na TAP será de 2 mil trabalhadores. "Foram identificados 2 mil trabalhadores que não são necessários para a operação que vamos ter entre 2021 e 2022", afirmou. Além da redução de efetivos, haverá um "corte salarial progressivo até 25% que é muito intenso, obviamente, ele mesmo assim permite poupar entre 600 a mil postos de trabalho". 

"Se além da redução de efetivos, não reduzíssemos salários, tínhamos que despedir mais pessoas", adiantou. 

As saídas de efetivos chegarão "no máximo" aos 2 mil postos de trabalho, porque foram apresentadas alternativas aos sindicatos como as saídas por mútuo acordo, reformas antecipadas, licenças sem vencimento oupart-time.

Pedro Nuno Santos anunciou ainda a suspensão dos acordos de empresa.

Governo estima que companhia comece a devolver apoios do Estado em 2025
O Governo estima que a TAP tenha condições para começar a devolver os apoios do Estado em 2025, mas até lá poderá ter de receber um valor superior a 3,7 mil milhões de euros, segundo o ministro das Infraestruturas.

Durante a apresentação do plano de reestruturação da TAP, Pedro Nuno Santos referiu que até 2024 a companhia poderá precisar de um valor entre 3,4 mil milhões de euros e de mais de 3,7 mil milhões de euros, estimando ainda que, nesse ano, poderá já gerar resultados operacionais positivos.

"O pior que podia acontecer era chegarmos a 2025 e voltarmos a ter problemas na TAP", salientou, referindo que este plano tem como objetivo fazer uma reestruturação tendo já em vista a operação a médio prazo.

O Estado espera que o seu contributo seja realizado, sobretudo, através de garantias públicas. 

Companhia tem mais 19% de pilotos por avião do que as concorrentes
O ministro das Infraestruturas disse hoje que a TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que "praticamente todos os concorrentes", sublinhando que a empresa tinha um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres, antes da covid-19.

"A TAP tem mais 19% de pilotos por aeronave do que praticamente todos os concorrentes. A TAP tem mais 28% de tripulantes por aeronave do que a maior parte dos concorrentes", disse Pedro Nuno Santos.

"A TAP tinha e tem um conjunto de ineficiências que a tornam menos competitiva do que os seus concorrentes, que são as companhias de bandeira. Antes da covid-19 tinha já um conjunto de desvantagens competitivas face às congéneres", acrescentou.

Segundo o governante, "para produzir o mesmo, a TAP precisa de mais pilotos", uma diferença face aos concorrentes diretos que, disse, tem que ser corrigido com o plano de reestruturação.

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