Secções
Entrar

Setor financeiro perdeu 12 mil milhões de dólares nos últimos 20 anos devido a ciberataques

Luana Augusto 06 de dezembro de 2024 às 19:32

Em Portugal, os bancos são alvo de uma média de 2.684 ciberataques por semana, indica um relatório da Check Point.

A transição dos registos físicos para as plataformas digitais no setor bancário está a levar os bancos em Portugal a enfrentarem diversos desafios. De acordo com o último relatório da Check Point,Threat Intelligence Report, só nos últimos seis meses, os bancos no nosso país já foram alvo de uma média de 2.684 ciberataques. Este é o quarto setor mais atacado no País, a seguir à Educação/ Investigação, Saúde e Transportes. 

DR

Mas não é só Portugal que está vulnerável. Um dos maiores incidentes levados a cabo contra o setor bancário, e que é relembrado neste relatório, ocorreu em dezembro do ano passado. Na altura, o Banco Central do Lesoto, no sul de África, viu o seu sistema nacional de pagamentos ser interrompido e transações entre bancos nacionais serem impedidas.

Este cenário evidenciou, assim, as consequências devastadoras de uma cibersegurança inadequada. Segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da Advisen, só nos últimos 20 anos, o setor financeiro já perdeu 12 mil milhões de dólares (o equivalente a 12 mil milhões de euros), devido a mais de 20 mil casos de ciberataques. 

"O setor financeiro é frequentemente alvo de criminosos que procuram roubar dinheiro ou perturbar a atividade económica, especialmente devido às grandes quantidades de transações monetárias e de dados sensíveis que cada banco processa diariamente", sublinha o Threat Intelligence Report.

Além das perdas financeiras a que os bancos são sujeitos, já que ocorre o roubo direto de fundos e, uma vez que passam a ser necessários recursos para a recuperação do sistema, também os clientes são visados de certa forma nestes ataques.

Estes passam a enfrentar atrasos nos pagamentos eletrónicos, assim como no acesso às suas contas e tudo isto faz com que a insatisfação dos clientes prejudique a reputação do banco a longo prazo, aponta a Check Point.

Mas estas ameaças podem ainda ter repercussões a longo prazo. "Poderão chegar ao ponto de perturbar as operações financeiras mundiais, impedindo o fluxo de crédito entre instituições financeiras", acrescenta o relatório.

Face a estes episódios, a Check Point enumerou os "melhores meios de prevenção". São eles: assumir que todos os dispositivos e utilizadores não são confiáveis por defeito, aproveitar a deteção de ameaças baseada em IA, proteger os dados quando está em movimento ou em repouso, tentar identificar e mitigar vulnerabilidades, verificar os fornecedores e monitorizar as vulnerabilidades da cadeia de fornecimento, e educar os clientes sobre as melhores práticas em matéria de cibersegurança. 

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela