Secções
Entrar

PSD e CDS "não descansam enquanto não matarem a CGD"

17 de fevereiro de 2017 às 17:29

PS diz que só aceita a criação de uma nova comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos se considerar que a mesma respeita a Constituição

O PS só aceita a criação de uma nova comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos se considerar que a mesma respeita a Constituição, a lei e os regulamentos do Parlamento. "O que for proposto no sentido do apuramento da verdade ou de qualquer circunstância que respeite a lei e a Constituição é aceite por nós. Aquilo que conflituar com a Constituição, a lei e os regulamentos da Assembleia não será aceite", disse o líder do grupo parlamentar socialista respondendo à intenção de PSD e CDS.

Questionado por duas vezes sobre se o PS aceitaria a divulgação das mensagens de telemóvel supostamente trocadas entre Centeno e António Domingues numa eventual nova comissão de inquérito, depois de, com o PCP e o Bloco, ter recusado essa hipótese na comissão ainda em funções, César deu a mesma resposta.

O presidente do PS afirmou que os partidos da direita, PSD e CDS, "não descansam enquanto não matarem a Caixa Geral de Depósitos", indiciando que não aceitará que a comissão volte a discutir a troca de sms entre Centeno e Domingues.

A nova comissão de inquérito, requerida com carácter potestativo, visa, segundo o PSD e o CDS-PP, "perceber a quem mentiu o ministro Mário Centeno", segundo adiantaram à Lusa fontes dos dois partidos.

"O cumprimento da lei não está condicionado às conveniências políticas. Em primeiro lugar, está a Constituição, a lei, os regulamentos e só depois a conveniência política ou a guerra partidária que PSD e CDS pretendem com este processo", insistiu.

Para Carlos César, o mais importante é "defender a Caixa" e não "saber de um sms" entre Centeno e Domingues. "Para nós, o que é essencial não é saber de um sms, é trabalhar para salvar a CGD, defender a CGD e evitar que PSD e CDS prossigam neste clima de irresponsabilidade total que só pode ter como finalidade enfraquecer" o banco público.

Na quarta-feira, o PS, PCP e BE opuseram-se à utilização da informação trocada entre o ministro Mário Centeno e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos António Domingues, sobre as condições para que o último aceitasse o convite do Governo para liderar o banco público, o que levou à demissão do presidente da comissão de inquérito, o social-democrata José Matos Correia.

PSD e CDS anunciaram que vão propor uma nova comissão parlamentar de inquérito sobre o envolvimento do ministro das Finanças, Mário Centeno, na polémica da CGD.

Essa futura comissão averiguará o período desde a negociação para a nomeação da anterior administração de António Domingues, até à demissão do gestor, na sequência da controvérsia com a entrega das declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional.

César admitiu que a comissão de inquérito ainda em funcionamento deve continuar, para produzir o seu relatório dentro do prazo, finais de Março.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela