Portugueses são os que mais sentem perda no poder de compra
Barómetro anual do Cetelem revela que um em cada dois europeus sentem uma quebra no poder de compra. Portugal no topo da lista.
A vida está mais cara e os números não enganam. É o que sentem nove em cada dez europeus, segundo o Barómetro Europeu do Consumo, feito pelo Observador Cetelem, um centro de estudos do BNP Paribas Personal Finance. Mas na Europa quem mais sente a diminuição do poder de compra são os portugueses, entre os europeus.
Segundo o estudo anual, diminuiu o poder de compra de 66% dos consumidores portugueses inquiridos. O barómetro resultou de inquéritos em 15 países europeus, com 800 entrevistas em cada, à exceção de França (onde foram inquiridos três mil consumidores). Em geral, o poder de compra diminuiu em mais de um em cada dois europeus, com uma particularidade: concluiu-se que os países da Europa do Norte e Ocidental foram os mais sensíveis a esta quebra: Suécia, Alemanha e Reino Unido juntam-se a Portugal entre os mais afetados.
Menos impacto a leste
Existe também uma disparidade entre géneros. "Aparentemente é entre as mulheres que mais se sente a quebra no poder de compra, agravando-se a diferença face aos homens de ano para ano. As mulheres também sentem mais o aumento líquido dos preços (com uma diferença de 10 pontos face aos homens)", lê-se no comunicado do estudo.
Por outro lado, onde se sentiu menos impacto da inflação foi a leste. Roménia e a Polónia, países da Europa Oriental, estão entre os que menos sentem o peso do aumento de preços.
Nem tudo são más notícias.O Fundo Monetário Internacional (FMI) mais que duplicou a sua previsão de crescimentopara Portugal na terça-feira. A culpa é do crescimento forte registado no primeiro trimestre, que levou os técnicos do organismo internacional a rever a previsão de crescimento de 1% (feita em abril) para 2,6% este ano. Além disso, prevê também uma estabilização em torno dos 2% no médio prazo, apontando para uma inflação de 5,6% em 2023. Lê-se no relatório de missão que, após o crescimento de 6,7% da economia portuguesa em 2022, "significativamente superior" aos 3,5% da zona euro, "o crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto] deverá desacelerar no resto do ano para uma média de 2,6% em 2023 e a inflação recuar para 5,6%".
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