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Moscovici quer agências mais amigas de Portugal

30 de maio de 2017 às 13:43

Comissário europeu dos Assuntos Económicos considera que avaliações devem ser mais positivas

O comissário europeu dos Assuntos Económicos,Pierre Moscovici, acredita que o desempenho económico de Portugal, que já resultou na saída do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), merece também uma avaliação mais positiva por parte das agências de notação financeira.

"Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se dêem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem, e que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado", declarou perante a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Ressalvando que "não cabe à Comissão Europeia falar directamente com as agências de notação", Moscovici, que respondia a uma questão do eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira, sobre se Portugal poderia esperar uma subida doratingapós ter saído do PDE, disse que aproveitava a questão para passar a sua mensagem de que "o que se passa em Portugal merece ser olhado de forma positiva e os desenvolvimentos devem reforçar a confiança em Portugal".

O comissário francês reforçou que a saída de Portugal do PDE, decidida na semana passada pelo executivo comunitário, "recompensa os esforços importantes feitos por Portugal", e observou que, embora não tenham alterado a nota à dívida de longo prazo do país (que permanece em 'não investimento', ou 'lixo'), as agências de rating constataram "uma orientação positiva".

O Governo também se manifestou sobre a actuação das agências de rating, tendo o primeiro-ministro, António Costa, defendido que se mantenham as "notas" de Portugal "como se nada tivesse acontecido desde 2011" na situação económica e financeira do País.

"É manifesto que a situação hoje em Portugal é muito diferente da situação de 2011. Manter a avaliação doratinghoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 faz pouco sentido", disse o chefe do Governo, no final da cimeira entre Portugal e Espanha que decorreu entre segunda-feira e hoje em Vila Real.

A recomendação de Bruxelas de que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) "só reforça esta ideia", prosseguiu António Costa, valorizando que a Comissão Europeia reconheça que "há confiança na economia portuguesa".

"Temos hoje um sistema financeiro estabilizado, estamos a crescer com um ritmo muito acentuado (...) todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o nosso crescimento", prosseguiu o primeiro-ministro, para quem não será uma surpresa um evoluir positivo da posição das agências de rating sobre Portugal.

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