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Jerónimo alerta: "Liquidar o vírus" da Covid-19 sim, "liquidar direitos" e despedimentos não

20 de março de 2020 às 18:56

Num vídeo de quatro minutos divulgado pelo PCP, o secretário-geral partilhou "a esperança" de que será possível "ultrapassar as dificuldades e perigos que aí estão, onde as palavras têm de dar lugar à ação, às medidas de prevenção e de tratamento clínico que salvaguardem a vida, a saúde e os direitos".

O secretário-geral do PCP fez, esta sexta-feira, uma declaração, por vídeo, em que partilha a "esperança" de "dobrar a curva apertada" da pandemiacovid-19, e avisa que "liquidar o vírus" não é "liquidar direitos" dos trabalhadores.

Num vídeo de quatro minutos divulgado pelo partido, Jerónimo de Sousa começa por "partilhar" com os portugueses "este sentimento de inquietação" face à situação causada pela pandemia e depois tem uma palavra de "esperança".

E partilha "a esperança" de que será possível "ultrapassar as dificuldades e perigos que aí estão, onde as palavras têm de dar lugar à ação, às medidas de prevenção e de tratamento clínico que salvaguardem a vida, a saúde e os direitos", afirmou.

"Perguntam-nos até quando. Só temos uma certeza: havemos de dobrar esta curva apertada", disse Jerónimo de Sousa no vídeo, onde surge num fundo cinza, ao lado das bandeiras de Portugal e do PCP, pedindo "coragem e determinação" aos portugueses na resposta ao surto.

Declaração de Jerónimo de Sousa
https://t.co/LC4oHpEeC8

Mas além das palavras de "esperança", Jerónimo de Sousa deixou algumas exigências, como investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e um aviso ao Governo e patrões.

"Combater e liquidar o vírus sim, mas é inaceitável em nome disso, liquidar direitos, cortar salários, fazer despedimentos, impor a lei da selva. A situação impõe a emergência da proibição imediata dos despedimentos e da adoção de medidas de salvaguarda dos direitos", afirmou ainda.

Para o líder do PCP, "impõem-se" medidas "de reforço e investimento" no SNS, afirmando que "as pessoas e a sua saúde estão primeiro que os défices ou excedentes orçamentais".

Jerónimo de Sousa saudou, "neste momento tão sensível", os "trabalhadores da saúde" e pede que se faça uma reflexão para o futuro quanto ao SNS.

"A situação que vivemos ajuda a perceber que é nos serviços públicos e no SNS que o povo encontra a garantia dos seus direitos, em particular do direito à saúde. Que esta lição fique retida para o futuro e não apenas em tempos de crise de saúde pública", acrescentou.

E fez um apelo para que o país continue "a fazer a sua vida, em novas condições, é certo", mas que é preciso garantir "a produção nacional para responder às necessidades de bens e serviços para a população", os "apoios às famílias, aos idosos, aos trabalhadores, aos pequenos e médios empresários".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

O número de mortos no país subiu para seis.

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