Secções
Entrar

Ex-administrador da CGD Francisco Bandeira diz que relatório da EY é "enviesado"

05 de junho de 2019 às 18:44

Francisco Bandeira, administrador da Caixa Geral de Depósitos entre 2005 e 2011, classificou o relatório como "inconsistente" e "pouco rigoroso".

O ex-administrador daCaixa Geral de Depósitos(CGD) Francisco Bandeira considerou esta quarta-feira o relatório de auditoria da EY ao banco público "enviesado", e que a auditora avaliou normativos antigos com regulamentos posteriores.

"É um relatório enviesado porque assenta numa amostra que não é minimamente representativa, baseado nos casos que geraram maiores imparidades", disse Francisco Bandeira na sua audição na segunda comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, no parlamento.

Francisco Bandeira, que foi administrador do banco público entre 2005 e 2011, classificou ainda de "inconsistente" e "pouco rigoroso" o documento.

De acordo com o ex-administrador da CGD, o relatório é também "limitado, porque absolutiza o risco de crédito como se não houvesse outros", e também "tendencioso, porque não menciona que o normativo interno era respeitado".

"É um relatório também descuidado, dado que são identificados inúmeros erros e incoerências", nomeadamente "quatro situações que se referem a factos que não são verdadeiros ou não ocorreram".

Francisco Bandeiraafirmou que "a EY não resistiu à tentação de avaliar o enquadramento regulatório com normativo escrito posteriormente".

No entanto, o também ex-presidente do BPN reconheceu que "é um facto que um conjunto de créditos correu mal", mas a razão para tal ter sucedido "não pode ser confinada à sua concessão", ignorando o contexto da crise internacional.

O ex-administrador da CGD garantiu que o processo de decisão do banco incorporava "todo o normativo", algo que "nem poderia ser de outra forma".

"Pode dizer-se que todos fiscalizam todos, em matéria de cumprimento do normativo", assegurou Bandeira, salientando que "o número de casos em que os administradores intervêm para procurar o consenso é muito diminuta", uma vez que as decisões eram geralmente "tomadas em grande consenso".

Francisco Bandeira disse ainda que "o banco público foi menos destruidor de valor do que os seus concorrentes" ao longo da crise financeira internacional.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela