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Emigrantes lesados pelo BES já receberam 60% do dinheiro

09 de dezembro de 2017 às 09:20

Os investidores que aceitaram a proposta do Novo Banco, para recuperação parcial do investimento, receberam nas suas contas bancárias 60% do dinheiro investido com o colapso do banco.

Os emigrantes lesados pelo BES, que aceitaram a proposta do Novo Banco para recuperação parcial do investimento, receberam nas suas contas bancárias 60% do dinheiro investido com o colapso do banco.

Os investidores "já receberam nas suas contas [do Novo Banco} o que estava estipulado, 60% do dinheiro", disse o presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), Luís Marques, à agência Lusa.

Os depósitos, a prazo, foram realizados pelo Novo Banco durante Outubro e Novembro. Contudo, os emigrantes não podem mobilizar o dinheiro nos primeiros anos.

Em 2018, 2019 e 2020 cada cliente irá receber a cada ano mais 5% do dinheiro investido em depósitos, recuperando no total 75% do dinheiro investido e perdido no colapso do Banco Espírito Santo (BES).

A AMELP acordou, em Agosto, com o Novo Banco e com o Governo uma solução que permite aos clientes emigrantes do BES que investiram em determinados produtos financeiros (Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7) recuperarem 75% do dinheiro ao longo dos próximos anos.

Em contrapartida, foi exigido que desistissem das acções judiciais contra o Novo Banco e seus trabalhadores.

Contudo, ainda falta a solução para os clientes que subscreveram os produtos financeiros EG Premium e Euroaforro 10, para os quais o Novo Banco ainda não tem proposta comercial.

O presidente da AMELP disse à Lusa que já foi pedida uma reunião ao Novo Banco sobre o tema e que espera tê-la ainda este mês.

Após a resolução do BES, em 03 de Agosto de 2014, cerca de 8.000 emigrantes de França e Suíça (o equivalente a 12 mil contas, uma vez que há clientes que têm mais do que uma conta) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (acções de sociedades veículo), quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou, na resolução do BES, no Novo Banco - o banco de transição então criado -, que propôs, em 2015, aos emigrantes (dos produtos Poupança Plus, Euro Aforro e Top Renda) uma proposta comercial, que teve a aceitação de cerca 80% do total (cerca de 6 mil clientes), que detinham em conjunto 500 milhões de euros.

No entanto, houve 1.440 clientes que não aceitaram a solução, por considerarem que não se adequava ao seu perfil e não era justa, incorporando obrigações do Novo Banco com vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual.

Em Agosto deste ano foi acordada uma nova solução entre estes emigrantes, Novo Banco e Governo para 1.440 clientes que não aceitaram a proposta do Novo Banco de 2015.

O presidente da AMELP avançou à Lusa que a grande maioria dos lesados aceitou a proposta, mas sem avançar números concretos.

A associação que representa os lesados tem dito que, além do montante acordada com o Novo Banco e Governo de recuperação do investimento (até 75%), os clientes poderão receber mais 31,7% do capital em causa caso sejam considerados credores comuns do BES.

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