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Cada mês de confinamento representa menos dois pontos do PIB em 2020

27 de março de 2020 às 14:40

A estimativa é da OCDE. Muitas economias entrarão em recessão, algo "inevitável" porque é preciso lutar contra a pandemia.

As medidas de confinamento aplicadas devido à pandemia da covid-19durante um mês representam uma perda de dois pontos percentuais no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, anunciou hoje a OCDE.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) adianta num comunicado hoje divulgado que as medidas de confinamento resultantes da pandemia da covid-19 se traduzem numa redução da atividade de até um terço nas grandes economias do mundo.

No comunicado, a OCDE adverte que muitas economias entrarão em recessão, algo "inevitável" porque é preciso lutar contra a pandemia e ao mesmo tempo fazer o necessário para que a atividade arranque o quanto antes.

Estas previsões foram apresentadas pelo secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, aos líderes do G20 na cimeira por vídeo de quinta-feira, onde insistiu que fazem falta mais ações para absorver o choque económico e uma resposta mais coordenada dos Governos para salvaguardar as pessoas e as empresas, que sairão "muito fragilizadas" da crise.

A OCDE, que fala mais de estimativas do que de projeções, dada a incerteza sobre a duração e efeitos do confinamento, sublinha que o impacto é diferente para cada país em função do peso relativo que cada setor da economia tem e de outras características próprias.

A organização sublinha que os países onde o turismo tem um peso económico importante serão mais prejudicados, dado que esse setor poderia sofrer quedas de até 70%.

No outro extremo, os que têm uma atividade muito virada para a agricultura ou para a atividade mineira e petrolífera deverão sofrer menos num primeiro momento, ainda que depois sofrerão o choque da redução da procura mundial de matérias primas.

Gurría sublinhou que "o elevado custo das medidas de saúde que estão a ser impostas agora é necessário para evitar consequências muito mais trágicas e um impacto ainda pior" nas economias.

A razão é que a possibilidade de haver "milhões de mortes" e um colapso dos sistemas de saúde "nos dizimariam financeiramente e como sociedade", afirmou.

Por esse motivo, Gurría disse que "desacelerar esta epidemia e salvar vidas humanas deve ser a primeira prioridade dos governos".

O secretário-geral já apelou no passado fim de semana para pôr em marcha "um plano Marshall global", referindo-se ao enorme programa de ajuda que os Estados Unidos lançaram no final da Segunda Guerra Mundial para ajudar os aliados a recuperarem economicamente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.

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