93,5% dos portugueses sentem-se inseguros no supermercado...
... e diminuíram as idas semanais de três para uma, só lá ficam no máximo 30 minutos e gastam menos, diz um estudo.
A pandemia teve um efeito drástico na segurança dos portugueses quando se deslocam a lojas físicas para a compra de bens alimentares. Numa fase de pré-pandemia 71,8% sentia total segurança, hoje esse valor passou para 6,4%. Esta é a principal conclusão do estudo "Alterações ao Comportamento do Consumidor Português na Compra de Alimentos Durante a Pandemia da Covid-19", realizado junto de 741 consumidores, entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021.
O estudo – promovido pela co-autora e investigadora do REMIT – Research on Economics, Management and Information Technologies da Universidade Portucalense, Sofia Gomes – apurou também que as idas aos supermercados diminuíram de uma regularidade de três para uma vez por semana, evitando assim maior contacto naquelas superfícies.
Compras em menos de 30 minutos
Esta quebra da sensação de segurança fez diminuir o tempo médio de permanência dentro das lojas, sendo que 72,2% dos inquiridos permanecem menos de 30 minutos. Esta evolução, aliada à menor frequência de compras, teve um impacto no gasto médio em cada ida às compras de €57,2.
Os horários em que habitualmente os portugueses iam às compras também mudaram. Antes da pandemia verificava-se após o horário laboral, entre as 17 horas e as 20, assistindo-se agora a uma distribuição mais equitativa ao longo do dia, com significativo aumento no período da manhã, antes das 11h. Apesar dos hipermercados continuarem a ser os locais de eleição (89,5%), existe uma crescente procura por mini-mercados de bairro, o que contribui para a dinamização do pequeno comércio local.
Desinfetar o carrinho
Já poucos parecem recordar como eram as idas às compras numa altura em que não existia pandemia, sendo que agora todo o processo de compra de alimentos envolve a utilização de máscara, a distância de segurança e a desinfeção das mãos à entrada e à saída. 26% dos inquiridos refere ainda que tem por hábito limpar o carrinho de compras.
Os consumidores que participaram neste estudo deslocam-se cada vez menos de transportes partilhados como autocarro, metro, táxis, uber, devido ao medo de serem contagiados, preferindo as deslocações de automóvel ou moto (79,2%). Também há um aumento nas deslocações a pé (16,6%).
Edições do Dia
Boas leituras!