Secções
Entrar

Trabalhadores da EDP em greve por aumentos salariais e progressão na carreira

20 de abril de 2021 às 08:27

Grupo de trabalhadores tem concentração prevista pelas 11h junto à sede da empresa, em Lisboa. Federação Intersindical recusa "que gozem com quem trabalha" e exorta os trabalhadores a mostrarem "o seu descontentamento".

Os trabalhadores da EDP cumprem hoje uma greve nacional para reivindicar aumentos salariais e uma "mais justa" progressão na carreira, com concentração prevista pelas 11:00 junto à sede da empresa, em Lisboa.

Em comunicado, a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal - CGTP-IN) diz recusar "que gozem com quem trabalha" e exorta os trabalhadores a mostrarem "o seu descontentamento, aderindo à greve de 24 horas e participando na concentração" marcada para a Avenida 24 de Julho.

Segundo adianta, nessa altura será entregue um abaixo-assinado "por uma nova e mais justa progressão nas carreiras", que a federação diz ter recolhido "centenas de assinaturas de trabalhadores da EDP".

Em causa está o que a Fiequimetal descreve como uma "postura escandalosa da administração da EDP, que beneficia salários moralmente inaceitáveis, enquanto aos trabalhadores dirige ‘elogios públicos’ e ‘pontapés privados’".

Para a federação, a proposta da administração da EDP para aumentos salariais de 0,5% é "uma miséria": "Durante seis reuniões [a empresa] andou a dizer que não pretendia aumentar salários, depois lá foi, timidamente, alterando e, neste momento, está com 0,5 [%], que é uma miséria para uma empresa que teve 801 milhões de euros de lucro", disse à agência Lusa o representante da Fiequimetal responsável pelas negociações com a EDP e trabalhador na empresa há 34 anos.

Conforme explicou Joaquim Gervásio, a proposta inicial dos sindicatos era de 90 euros de aumento, mas estes sempre se manifestaram "abertos a negociação".

"Dissemos inclusive à empresa que não aceitávamos começar a negociar enquanto a empresa não pusesse na mesa pelo menos o equivalente àquilo que subiu o salário mínimo nacional, porque isto é uma empresa que tem trabalhadores muito especializados, são trabalhadores altamente especializados, necessitam de ser valorizados", afirmou.

Segundo o dirigente sindical, os trabalhadores, "que geram a riqueza", sentem-se menos valorizados do que os acionistas, que "só compram ações uma vez" e recebem os dividendos todos os anos.

"Além dos mais de 800 milhões, relativos a 2020, que passaram para o lado dos lucros (dos quais mais de 753 milhões vão para dividendos), a administração vai pagar 2,4 milhões de euros nos próximos três anos ao antigo presidente (António Mexia) só para ele ficar sentado e ao atual CEO, Miguel Stilwell de Andrade, a administração propôs e os acionistas aprovaram pagar 1,4 milhões de euros por ano", critica a Fiequimetal.

Segundo a federação, são os trabalhadores que "dão tudo para manter a EDP líder em inovação, defendendo uma empresa que tem de voltar a ser fundamental para o desenvolvimento do país e da economia".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela