O comissário boliviano que sobreviveu à queda do avião que levava a equipa de futebol brasileira diz que não houve qualquer aviso de emergência: "Eu até estava a conversar com o treinador da Chapecoense"
Sobrevivente do avião: "Levantei-me e havia muitos corpos espalhados"
O avião estava com dificuldades para chegar à pista, em Medellín, na Colômbia, suspeita-se que por falta de combustível, como revelaram as conversas entre o comandante e a torre de controlo. Mas nem os passageiros nem os restantes membros da tripulação sabiam disso. É o que conta Erwin Tumiri, o comissário boliviano que é um dos seis sobreviventes do desastre aéreo do passado dia 29 de Novembro, que causou 71 mortos (na maioria jogadores e dirigentes da Associação Chapecoense, uma equipa brasileira de futebol que ia disputar a final da Copa Sul-Americana), após a aeronave da companhia LaMia não ter conseguido chegar ao aeroporto (despenhou-se a 17 km da pista).
"Não foi feito nenhum aviso à tripulação ou aos passageiros de que corríamos risco. Avisaram apenas que íamos aterrar. Eu estava a conversar tranquilamente com o técnico da equipa brasileira [Caio Júnior, que jogou em Portugal no Belenenses, Est. Amadora e Vit. Guimarães, era o treinador da Associação Chapecoense]. Ele estava-me a ensinar a falar português, e nessa altura disseram para nos sentarmos e apertarmos os cintos porque íamos aterrar em Medellín. E toda a gente se foi sentar, como é normal numa aterragem, as luzes apagaram-se e ficou tudo à espera de aterrar, ninguém percebeu que o avião ia cair. De repente o avião começou a abanar e a vibrar, depois ouvi um estrondo e não me lembro de mais nada, a não ser acordar e estar no chão".
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