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Secretário de Estado do Desporto apela à unidade de todos no combate à violência

21 de fevereiro de 2020 às 09:30

João Paulo Rebelo defende que poder judicial deve ter uma intervenção mais forte nas condenações. "Não podemos aceitar que num recinto desportivo comportamentos que num café, numa loja de roupa ou num restaurante não são aceites", afirmou.

O secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, apelou, na quinta-feira, à unidade de esforços de todos os agentes e cidadãos no combate à violência nos recintos desportivos.

O governante, que falava à margem do debate "O Desporto no XXII governo", promovido pelo Panathlon Clube de Lisboa, no Ginásio Clube Português, em Lisboa, relembrou que o Estado tem trabalhado no sentido de erradicar a violência e considera que, no caso do futebol, tanto a Federação, como a Liga, a comunicação social e os cidadãos em geral têm de fazer o mesmo percurso.

"Verifico que há muitos programas de televisão onde se discute muito ‘futebol’, mas onde efetivamente se discute pouco futebol. Muitas das vezes discutem-se casos de futebol, que ajudam e que alimentam um certo discurso de ódio e que acaba por ter reflexo também nas atitudes mais violentas que verificamos nos recintos desportivos e no nosso quotidiano", afirmou.

Para João Paulo Rebelo, torna-se urgente ser feita uma reflexão no sentido de todos procurarem trabalhar com o mesmo objetivo e a mesma meta, visando erradicar comportamentos violentos no desporto.

Nesse sentido, o secretário de Estado considera fundamental, por sua vez, que o poder judicial tenha uma intervenção mais forte nas condenações e não deve considerar como normalizados comportamentos que noutros contextos não são aceites.

"Acho que o poder judicial, e sem comentar nenhum caso em particular, deve também perceber que temos de terminar com a tolerância que temos que num recinto desportivo são aceitáveis. O desporto não tem nada que ver com violência e, portanto, não podemos aceitar que num recinto desportivo comportamentos que num café, numa loja de roupa ou num restaurante não são aceites", salientou.

A três meses da final da Taça de Portugal, que coloca frente-a-frente Benfica e FC Porto, João Paulo Rebelo garante que estão a ser criadas todas as condições para que se mantenha a tradição de festa no Jamor.

"A Federação, como responsável e como promotor que é da final da Taça de Portugal, e o IPDJ, como administrador do Estádio do Jamor, estão a trabalhar em conjunto com as forças de segurança para garantir que o jogo tenha todas as condições para decorrer sem incidentes e que seja a festa do futebol. Que seja a celebração da festa. Queremos que se tenha boas razões para se lembrar desse jogo", defendeu.

Entre os vários assuntos discutidos neste debate, que abordou temas como a aplicação de tecnologia no desporto, o desenvolvimento das infraestruturas, a igualdade de género, a distribuição das receitas das apostas por todas as modalidades e objetivo de Portugal ser um dos 15 países com maior prática desportiva, a centralização dos direitos de transmissão televisiva também foi tratada.

Embora vários clubes tenham ainda contratos vigentes por vários anos, João Paulo Rebelo considera importante legislar desde já este assunto.

"A intenção do governo é, nesta legislatura, legislar para ‘memória futura’. Os contratos que estão em curso têm de ser respeitados até à data da sua caducidade. Queremos legislar para que depois possa haver em Portugal aquilo que já existe na esmagadora maioria da Europa, que é a negociação centralizada dos direitos desportivos", concluiu.

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