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Tailândia erradica transmissão de VIH e sífilis de mãe para filho

08 de junho de 2016 às 16:12

A Organização Mundial de Saúde declara a Tailândia no primeiro país asiático a erradicar a transmissão de VIH e sífilis de mãe para filho - um "feito extraordinário" que, nas palavras da OMS, "é um passo crucial para reduzir a epidemia do VIH"

A Organização Mundial de Saúde declara a Tailândia no primeiro país asiático a erradicar a transmissão de VIH e sífilis de mãe para filho - um "feito extraordinário" que, nas palavras da OMS, "é um passo crucial para reduzir a epidemia do VIH".

A Tailândia conseguiu este feito administrando antiretrovirais durante o período de gravidez, parto ou amamentação, diminuindo o risco de transmissão de mãe para filho para 1%. Em casos normais, explica a OMS, as mulheres infectadas com o VIH têm entre 15 e 45 por cento de probabilidade de transmitir o vírus aos seus filhos durante a gravidez. "A Tailândia mostrou ao mundo que o VIH pode ser derrotado", disse o director regional para o sudeste da Ásia da OMS, Poonam Khetrapal Singh, em comunicado.
 

Aproximadamente 21 mil crianças nascem anualmente com VIH na região da Ásia-Pacífico, onde existem cerca de 200 mil menores afectados. De acordo com o Ministério da Saúde da Tailândia, 98% das mulheres com VIH tem acesso a antirretrovirais e a transmissão do vírus de mãe para filho foi reduzida a menos de 2%.

As autoridades tailandesas estimam que em 2000 aproximadamente mil crianças tenham sido infectadas com VIH, número que diminuiu cerca de 90% em 2015, até aos 85 casos em todo o país, onde um universo de 450 mil vivia com este vírus em 2014. Além de conter a transmissão do VIH entre mãe e filho, a Tailândia também conseguiu reduzir o número de mulheres infectadas: passou de 15 mil casos em 2000 para 1.900 em 2014 -- uma descida de 87%.

A OMS destacou que o sistema de saúde pública da Tailândia garante o acesso universal aos cuidados médicos e que o mesmo cobre o tratamento de VIH, tanto para tailandeses como para a população imigrante. "A Tailândia deu a volta à epidemia e transformou a vida de milhares de mulheres e crianças afectadas pelo VIH", disse o director do programa da ONU contra a sida, Michel Sidibé, no mesmo comunicado.

"O progresso da Tailândia mostra o que se pode alcançar quando a ciência e a medicina são apoiadas com um significativo compromisso político", acrescentou. A OMS fez o reconhecimento antes de a ONU reunir hoje representantes de todo o mundo para tentar acelerar a luta contra a sida e de modo a que se atinja o objectivo de erradicar a epidemia antes de 2030.

Essa meta - fixada em 2015 nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável adoptados pela ONU - chega depois de se ter conseguido, nos últimos anos, conter e reduzir a propagação da sida em todo o mundo.

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