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Sestas ajudam a manter o cérebro saudável à medida que envelhece

Débora Calheiros Lourenço 20 de junho de 2023 às 11:43

Um estudo revelou que a realização de sestas conseguem diminuir o envelhecimento do cérebro, através da manutenção do volume cerebral, entre 2,6 e 6,5 anos.

Fazer pequenas sestas durante o dia pode ajudar a proteger a saúde do cérebro à medida que envelhece, concluiu um recente estudo que associa a prática a um maior volume cerebral.

Já existem estudos anteriores que demonstram que sestas longas podem ser umsintoma precoce de Alzheimer, e outros indicam que se as sestas foram curtas, melhoram a capacidade de aprendizagem. Agora, junta-se esta investigação que revela evidências em como as sestas podem ter também um papel fundamental para proteger o cérebro do encolhimento. Este é um processo que ocorre com a idade, mas que é acelerado por problemas cognitivos e doenças neurodegenerativas, muitas vezes relacionadas com problemas de sono.

"Encontrámos uma associação entre sestas diurnas habituais e um maior volume total do cérebro, o que pode sugerir que fazer sestas regulares fornece alguma proteção contra a neurodegeneração ao compensar a possibilidade de existirem maus sonos", concluíram os cientistas.

O estudo publicado na revistaSleep Healthfoi realizado por uma equipa de investigadores da University College London e da Universidade da República no Uruguai que se basearam em dados recolhidos pelo UK Biobank relativos à informação genética, estilo de vida e saúde de 500 mil pessoas com idades entre os 40 e 69 anos.

Dos 500 mil dados recolhidos, foram usados 35.080, numa tentativa de se verificar se a combinação de variantes genéticas anteriormente associada a sestas diurnas está relacionada com o aumento do volume cerebral, cognição e outros aspetos de saúde do cérebro.

Uma vez que a avaliação foi feita com base nas variantes genéticas, o estudo conseguiu reduzir o impacto dos fatores de estilo de vida que podem influenciar os hábitos de sono e a saúde do cérebro, como é o caso de fumar ou de praticar exercício físico. Victoria Garfield, uma das investigadoras, explica ao jornalThe Guardianque estas variantes são bastantes comuns "estando presentes em pelo menos 1% da população, o que na verdade é bastante gente".

No geral, a realização de sestas consegue diminuir o envelhecimento do cérebro, através da manutenção do volume cerebral, entre 2,6 e 6,5 anos. No entanto, o estudo não avaliou a manutenção do desempenho cognitivo.

Os investigadores consideraram ainda que deve ser feita uma sesta por dia, de até 30 minutos, apesar de a duração exata das sestas não estar claramente associada aos benefícios. A equipa de investigadores também não conseguiu que os benefícios possam ocorrer de igual forma em indivíduos sem predisposição genética para sestas.

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