Secções
Entrar

Pneumonias no Cazaquistão deverão corresponder a casos não diagnosticados de Covid-19

10 de julho de 2020 às 17:54

Organização Mundial de Saúde rejeita para já falar de "um novo vírus", como fizeram diplomatas chineses.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que o aumento de casos de pneumonia no Cazaquistão deverá corresponder a casos não diagnosticados de covid-19, rejeitando para já falar de "um novo vírus", como fizeram diplomatas chineses.

"A trajetória ascendente de casos de covid-19 [no Cazaquistão] sugere que muitos destes casos [de pneumonia atípica] são casos de covid-19 por diagnosticar, mas mantemos as opções em aberto até haver uma confirmação definitiva", afirmou em conferência de imprensa o diretor executivo do Programa de Emergências Sanitárias da organização, Michael Ryan.

O epidemiologista irlandês afirmou que a OMS está a trabalhar com as autoridades de saúde cazaques para aferir a qualidade dos testes feitos às pessoas que adoeceram com pneumonia para "garantir que não se trata de falsos negativos".

Numa mensagem aos seus cidadãos, a embaixada chinesa em Nursultan, capital do Cazaquistão, alertou na quinta-feira para uma nova doença "com uma taxa de mortalidade muito maior que a covid-19" que teria causado 1.772 mortes nos primeiros seis meses de 2020 e "628 apenas em junho".

O Cazaquistão rejeitou hoje essa alegação da embaixada chinesa, cujo comunicado à imprensa falava inicialmente de uma "pneumonia cazaque", substituindo depois esse termo por "pneumonia não-covid".

O Ministério da saúde cazaque indicou que há pacientes registados como sofrendo de pneumonia e não do novo coronavírus, apesar de terem os sintomas da covid-19, porque os resultados dos testes deram negativo.

Michael Ryan salientou que "podem acontecer surtos de pneumonia atípica em qualquer sítio do mundo, a qualquer altura", que se podem dever a doenças como a clamídia ou a ‘legionella’.

No entanto, os cerca de dez mil novos casos de covid-19 confirmados laboratorialmente no Cazaquistão na última semana "são provavelmente uma causa determinante" no aumento dos casos de pneumonia.

"Muitos destes casos de pneumonia serão também casos de covid-19, só que ainda não foram diagnosticados corretamente", reforçou, ressalvando que é preciso confirmar essa impressão.

Além dos testes, a OMS está também a analisar radiografias dos pulmões das pessoas doentes para verificar se mostram resultados "consistentes com a covid-19", acrescentou Michael Ryan.

A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infetou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.646 pessoas das 45.679 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela