Secções
Entrar

OMS pede que tratamento da tuberculose não seja descurado em clima de pandemia

24 de março de 2020 às 07:51

A OMS prevê que "pessoas doentes com tuberculose e Covid-19 poderão ter resultados piores no tratamento, sobretudo se o tratamento da tuberculose for interrompido".

AOrganização Mundial de Saúde (OMS)pediu hoje às autoridades de saúde para não descurarem o tratamento das vítimas de tuberculose, que estão em risco acrescido com a pandemia de Covid-19.

"As autoridades de saúde devem manter o apoio aos serviços essenciais para a tuberculose, incluindo durante emergências como a Covid-19", destaca a organização no Dia Mundial da Tuberculose,

 A OMS prevê que "pessoas doentes com tuberculose e Covid-19 poderão ter resultados piores no tratamento, sobretudo se o tratamento da tuberculose for interrompido".

"A pandemia de Covid-19 está a ilustrar como as pessoas com doenças pulmonares e sistemas imunitários enfraquecidos são vulneráveis", afirmou o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus.

O responsável lembrou que "o mundo comprometeu-se a acabar com a tuberculose em 2030 e melhorar a prevenção é a chave para conseguir este objetivo. Há milhões de pessoas que precisam de ser tratadas preventivamente para evitar o aparecimento da doença, evitar o sofrimento e salvar vidas".

Os doentes com tuberculose, que tem sintomas comuns com a COvid-19, como tosse, febre e dificuldades respiratórias, devem "tomar precauções para se protegerem da Covid-19 e continuar o seu tratamento".

A OMS defende que é preciso "limitar a transmissão de tuberculose e de Covid-19 em ambientes comuns e em instalações de saúde".

Embora os métodos de transmissão das duas doenças sejam ligeiramente diferentes, aplicam-se a ambas medidas preventivas como "controlo e prevenção de infeções, etiqueta com a tosse e segregação de casos suspeitos".

Para ambas as doenças são essenciais "teste de diagnóstico fiáveis" e deve garantir-se tratamento anti-tuberculose para todos os afetados pela doença, incluindo os que estejam de quarentena por suspeita de estarem também infetados com o novo coronavírus.

A OMS afirma ainda a importância de "prevenir toda e qualquer estigmatização ou discriminação de pessoas afetadas por qualquer destas doenças, respeitando a confidencialidade e a proteção dos direitos humanos".

Estima-se que cerca de um quarto da população mundial está infetada com a bactéria que causa a tuberculose. Embora possam não estar doentes nem contagiar ninguém, estão em risco acrescido de desenvolver a doença.

 Este ano, o lema do Dia Mundial da Tuberculose é "Está na altura", defendendo-se a necessidade de aumentar e garantir o financiamento para o tratamento, combatendo estigmas e salvaguardando os direitos das pessoas.

A tuberculose, salienta a OMS, ainda é a doença infecciosa que mais mata em todo o mundo: em 2018, morreram 1,5 milhões de pessoas, 251.000 das quais com HIV, o que as torna especialmente vulneráveis.

Nesse ano, registaram-se 10 milhões de novos casos, meio milhão dos quais da estirpe resistente aos tratamentos existentes, estimando-se que três milhões ficaram por diagnosticar

Em 2019, foram precisos 10 mil milhões de dólares para tratar a doença, mas faltaram 3,3 mil milhões para atingir essa meta.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela