Número de casos confirmados com sarampo sobe para 36
Direcção Geral de Saúde confirma que há mais uma pessoa infectada com o surto. Há 87 casos reportados desde 9 de Março.
Foram confirmados este sábado 36 casos de sarampo. De acordo com a Direcção-Geral de Saúde 22 são do sexo feminino e cinco estão vacinados. O grupo etário mais afectado é dos 25 aos 29 anos, com 13 casos registados.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu este sábado que, apesar de não ser obrigatória, a vacinação é "fundamental", apelando a que os portugueses façam a vacina contra o sarampo, sobretudo crianças e jovens. "Não é possível haver vacinação obrigatória, mas é muito importante que muitos portugueses percebam a importância da vacina", sublinhou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que "houve uma moda respeitável," mas que não deixou de ser "uma moda" entre as pessoas que hoje estão entre os 30 e os 50 anos de idade que entendiam que as vacinas tinham efeitos colaterais.
De acordo com a DGS, "está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos".
A DGS recorda que "o vírus do sarampo é transmitido por contacto directo com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infectada tosse ou espirra" e que "os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes a quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea". "Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infectada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal", refere a DGS.
No comunicado divulgado esta sexta-feira, a DGS recomenda que as pessoas verifiquem os boletins de vacinas e que, caso seja necessário, se vacinem contra o sarampo, recordando tratar-se de "uma das doenças infecciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em pessoas não vacinadas". No caso de pessoas vacinadas, "a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso".
A DGS aconselha ainda a "quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas" que ligue para a Linha Saúde 24 (número 808 24 24 24). Deve também ligar para aquela linha quem tiver "sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse)". Com esses sintomas, a DGS recomenda que "não se desloque e evite o contacto com outros".
Menos de dois anos depois de Portugal ser reconhecido oficialmente como estando livre de sarampo, o País depara-se com o terceiro surto da doença no espaço de um ano. Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o País como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.
Entre 2006 e 2014, Portugal tinha registado apenas 19 casos de sarampo, quase todos importados. Este ano e no ano passado já ultrapassou os casos registados em quase uma década.
Portugal teve dois surtos simultâneos em 2017, que infectaram quase 30 pessoas e levaram à morte de uma jovem de 17 anos.
O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.
Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.
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