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Covid-19: Doentes continuam com sintomas seis meses após alta hospitalar

08 de janeiro de 2021 às 23:38

Os doentes, que tinham em média 57 anos, tiveram acompanhamento após a alta hospitalar, que durou em média seis meses.

Um estudo realizado na China, e hoje divulgado, revela que a maioria dos doentes covid-19 continuou a ter pelo menos um sintoma seis meses após a alta hospitalar, sendo a fadiga ou a fraqueza muscular o mais apontado.

O estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, inclui dados de 1.655 doentes covid-19 que tiveram alta do Hospital Jin Yin-tan, em Wuhan, na China, onde foi detetada pela primeira vez a infeção, em dezembro de 2019, antes de se tornar uma pandemia.

Os doentes, que tinham em média 57 anos, tiveram acompanhamento após a alta hospitalar, que durou em média seis meses.

Para efeitos do estudo, responderam a um questionário de avaliação de sintomas e qualidade de vida, fizeram exames, testes laboratoriais e um exercício de caminhada de seis minutos.

Adicionalmente, foram feitos novos testes a 94 doentes cujos níveis de anticorpos no sangue tinham sido registados no auge da infeção para um estudo anterior.

De acordo com o estudo hoje publicado, 76,4% dos doentes manifestaram ter pelo menos um sintoma comum da covid-19 passados seis meses sobre a alta hospitalar, com a fadiga ou a fraqueza muscular (62,7%) a ser o mais citado, seguindo-se a dificuldade em dormir (26,4%).

Os autores ressalvam que, pela análise dos dados, não foi possível determinar se os sintomas reportados pelos inquiridos foram persistentes após a infeção, pioraram depois da recuperação ou ocorreram após a alta hospitalar.

O estudo, que pretendeu aferir os efeitos a longo prazo da covid-19, doença respiratória causada por um novo coronavírus, concluiu que os níveis de anticorpos neutralizadores caíram 52,5% ao fim de seis meses nos 94 doentes cuja resposta imunitária tinha sido testada no pico da infeção, "levantando preocupações sobre a possibilidade de serem reinfetados" pelo SARS-CoV-2.

Uma vez que o número de participantes com resultados de testes de anticorpos é limitado, terá de ser considerada uma amostra maior para esclarecer como os níveis de anticorpos neutralizadores do coronavírus da covid-19 mudam com o decorrer do tempo, advertem os autores do artigo, citados em comunicado pela The Lancet.

Testes laboratoriais revelaram, ainda, que a função renal de 107 doentes (entre 822 escrutinados neste campo) piorou após a alta hospitalar (os rins são um dos órgãos afetados pela covid-19).

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