Secções
Entrar

Cientista obtém bolsa de 160 mil euros para estudar a doença do sono

02 de abril de 2019 às 22:44

A investigadora Mariana De Niz "irá explorar a dinâmica e as propriedades biofísicas" do parasita "Trypanosoma brucei", responsável pela doença.

A investigadora Mariana De Niz obteve uma bolsa de 180 mil dólares (160 mil euros) para estudar o parasita que provoca a doença do sono, anunciou hoje o Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes, onde trabalha.

A bolsa, que servirá para pagar o seu salário durante três anos e os custos do seu trabalho, é concedida pelo programa internacional de apoio à investigação em ciências da vida "Human Frontier Science Program".

Mariana De Niz é pós-doutorada do Laboratório de Biologia do Parasitismo do IMM, dirigido pela cientista Luísa Figueiredo, tendo sido a única investigadora em Portugal a ser contemplada este ano com esta bolsa, destinada a jovens pós-doutorados.

Na sua investigação, a jovem "irá explorar a dinâmica e as propriedades biofísicas" do parasita "Trypanosoma brucei" nos "tecidos dos animais vivos", refere o IMM em comunicado.

O parasita, que se transmite pela picada da mosca tsé-tsé, causa nos humanos a tripanossomíase africana, mais conhecida por doença do sono, e a tripanossomíase animal ou nagana, que afeta o gado. Ambas as doenças atingem países da região da África Subsariana.

Num estado mais avançado, a doença apresenta nas pessoas sintomas como confusão, descoordenação do corpo, formigueiro e dificuldade em dormir e, se não for tratada, pode levar à morte.

A doença do sono é uma das patologias tropicais negligenciadas, assim chamadas por estarem associadas a falta de interesse das autoridades e de investimento em novos tratamentos ou na cura.

O laboratório coordenado por Luísa Figueiredo está a estudar "os mecanismos celulares e moleculares usados pelo 'T. brucei' para ser um parasita eficaz".

No seu trabalho, a jovem cientista Mariana De Niz propõe-se "investigar como os parasitas se movem entre os órgãos".

Para isso, vai socorrer-se de "imagens, da genética e de medidas biofísicas para identificar as moléculas do parasita e do hospedeiro que formam a base da mobilidade do parasita", descreve, citada no comunicado do IMM, especificando que a espécie que provoca a doença do sono vive no sangue e em "espaços extravasculares de vários órgãos, como o tecido adiposo".

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela