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Ambientalistas querem 'smartphones' reciclados para evitar resíduos

05 de março de 2018 às 14:09

Para produzir um 'smartphone' são necessários 70 quilogramas de recursos naturais como minerais, metais raros, materiais tóxicos e plásticos cuja exploração afecta o ambiente.

Organizações ambientalistas europeias lançam hoje uma campanha a defender a necessidade de os telemóveis inteligentes puderem ser reparados, actualizados e reciclados para evitar o consumo de recursos na produção e os resíduos, quando deixam de ser usados.

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Foto: Getty Images
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"Existem mais telemóveis na Europa do que habitantes e, desde 2007, foram produzidos mais de sete mil milhões destes equipamentos", mas 78% dos utilizadores tiveram que substituir os aparelhos por razões que seriam evitáveis, se a forma de produção fosse diferente, refere um comunicado divulgado pela Zero.

A Associação Sistema Terrestre Sustentável Zero é uma das organizações não governamentais (ONG)que apoia a iniciativa promovida pelas europeias ECOS -- 'European Environmental Citizens Organization for Standardization' e European Environmental Bureau (EEB).

O principal objectivo é sensibilizar a Comissão Europeia para a necessidade de integrar os 'smartphones' (telefones inteligentes) nas ferramentas deecodesigne etiqueta energética já aplicadas a outros equipamentos na Europa e que "têm ajudado os cidadãos e as empresas a poupar energia e dinheiro", explicam os ambientalistas.

A campanha, explicam, chama-se #dumbphones (telefones 'burros') em contraponto com a designação de 'smartphones' e vai circular nas redes sociais a partir de hoje.

Aliás, um folheto da campanha tem o título "o seu 'smartphone' é burro", realçando que mudar a forma como estes equipamentos são desenhados tem vantagens para os utilizadores e para o ambiente.

Para produzir um 'smartphone' são necessários 70 quilogramas de recursos naturais como minerais, metais raros, materiais tóxicos e plásticos cuja exploração afecta o ambiente, da água aos solos, além do processo resultar também nas emissões de dióxido de carbono.

Quando são analisadas as razões que levam os consumidores a substituírem o seu telemóvel, os ambientalistas concluem que muitas são evitáveis.

A opção por um novo aparelho está relacionada com a dificuldade e elevado preço a pagar para reparar um ecrã para substituir o partido, com a impossibilidade de obter uma bateria nova, quando a antiga deixa de funcionar, ou de actualizar peças antigas para integrar inovações no equipamento, por exemplo, relacionadas com as câmaras.

Por isso, as ONG de ambiente salientam que contemplar o acesso à bateria, melhorar a resistência ao choque e à água ou garantir as actualizações de 'software' e a disponibilidade de peças para reparação são aspectos deecodesignque podem fazer com que os 'smartphones' deixem de ser 'dumbphones'.

Realçam igualmente a importância de os telemóveis passarem a ter uma etiqueta energética que contemple o consumo de energia, a avaliação das possibilidades de reparação e uma garantia mais longa, para promover a sua durabilidade.

"É urgente que um equipamento tão relevante para o dia-a-dia de quase todos os europeus cumpra com requisitos deecodesignque permitam prolongar a sua vida útil e [possibilitem] uma escolha mais informada por parte dos consumidores", resumem as organizações.

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