Sábado – Pense por si

Entrevista

João Mota: "Sou velho e gosto muito de ser velho, tenho rugas, olhem, estão aqui!"

João Mota: 'Sou velho e gosto muito de ser velho, tenho rugas, olhem, estão aqui!'
Lucília Galha 16 de setembro de 2025 às 23:00

Começou a pagar a renda da casa aos 5 anos, entrou no teatro aos 10, esteve na Guerra Colonial e fundou uma companhia de teatro, A Comuna. Em 2021 despediu-se dos palcos, mas voltou. Ainda trabalha como ator e encenador - e não quer parar.

Está a um mês de completar 83 anos mas não para. João Mota tem trabalho para fazer: está em ensaios na Comuna com a peça “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” – escrita pelo dramaturgo espanhol Fernando Arrabal, em 1967. Desta vez veste o papel de encenador, mas em junho esteve em palco enquanto ator. Já esteve para fazer esta peça anteriormente, mas na altura apareceu outra que lhe pareceu mais importante. Explica-se: “Esse é o problema com o Ministério da Cultura, quando nos pedem para enviar dez peças para três anos. Eu não gosto de saber, porque depende como está o país, como está o mundo. Eu gosto muito de ser militante do quotidiano”, diz à SÁBADO. Perguntamos se faz sentido fazê-la agora. Resposta: “Claro, porque tem um lado surrealista, de absurdo”, justifica. Só estreia este trabalho no final de outubro, mas já sabe o que vai fazer a seguir. É que o corpo ressente-se – já teve dois cancros, precisa de mudar a prótese da perna direita (a da esquerda já mudou), foi operado ao coração e em dezembro vai novamente. Desde a Covid já foi 19 vezes ao bloco. Mas a cabeça continua a funcionar bem. A conversa começa justamente por aí.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
A Newsletter SÁBADO Edição Manhã no seu e-mail
Tudo o que precisa de saber sobre o que está a acontecer em Portugal e no mundo. Enviada de segunda a domingo às 10h30