Secções
Entrar

Um terço das crianças portuguesas tem excesso de peso

Luana Augusto com Ana Bela Ferreira 27 de junho de 2023 às 15:35

Estudo coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge revelou ainda que uma em cada dez crianças sofre de obesidade. A falta de atividade física poderá ser um dos fatores que contribuiu para o excesso de peso.

Em 2022, cerca de 31,9% das crianças portuguesas tinha excesso de peso, das quais cerca de 13,5% apresentava obesidade. Os números divulgados esta terça-feira fazem parte doestudo Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) Portugale dizem respeito a crianças entre os 6 e os 8 anos.

De acordo com esta investigação, a região dos Açores foi a que mostrou um maior predomínio de crianças com excesso de peso, tanto em 2019 (ano do estudo anterior), como em 2022. Já o Algarve foi a região que apresentou uma tendência contrária à registada no arquipélago.

Apesar dos dados relativos a Portugal se situarem dentro dos que são apresentados na média europeia, a verdade é que em 2022, um terço das crianças apresentava excesso de peso. Entre 2008 e 2019 havia uma tendência de diminuição do número de crianças com peso a mais daquele que é considerado normal. Contudo, no ano passado os números vieram a contrariar essa queda.

O estudoCOSI Portugal, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, revelou que a atividade física, entre 2019 e 2022, registou uma diminuição, o que coincidiu com o confinamento da pandemia e resultou em crianças cada vez mais sedentárias. O uso dos computadores e de jogos eletrónicos, também podem ter impedido a diminuição do peso nas crianças. Enquanto que, em 2019, cerca de 18,1% utilizava computador, para fins de lazer, no ano passado esta percentagem registou um aumento para 27,4%. Os encarregados de educação reportaram, ainda, que a maioria das crianças (69%) ia de carro para a escola, enquanto apenas 20% se deslocava a pé.

Ainda assim, relativamente aos hábitos alimentares, entre estes dois anos mencionados, assistiu-se um aumento do consumo diário de fruta (8,1%). Enquanto o consumo de refrigerantes açucarados, consumidos até três vezes por semana, diminuiu 2,2%.

Algumas instituições de ensino diminuíram a disponibilidade desnacksdoces e salgados, para venda dentro do recinto, assim como de refrigerantes açucarados. No sentido inverso, aumentaram a disponibilidade de legumes e de fruta fresca. O ano passado havia mais 10% de fruta, a ser consumida pelas crianças, e 11,5% de legumes.

Durante a pandemia, já que as pessoas foram obrigadas a permanecer em casa, as crianças recorreram mais aossnacks. Os doces aumentaram 20% e os salgados 14,4%.

Ao todo, o estudoCOSIPortugal 2022 contou com a participação de 226 escolas, onde foram avaliadas 6.205 crianças. Foram também analisados outros fatores que pudessem condicionar o peso durante o primeiro ano de vida, como o estado nutricional da mãe, o peso à nascença e a amamentação materna.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela