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Joaquin Phoenix, Arquette e Williams fazem alertas nos Globos de Ouro

06 de janeiro de 2020 às 07:50

As alterações climáticas e as eleições de 2020 nos EUA receberam atenção por parte de alguns dos galardoados na cerimónia dos Globos de Ouro.

Os atores Joaquin Phoenix, Patricia Arquette e Michelle Williams aproveitaram os discursos de vitória nos Globos de Ouro, esta madrugada em Los Angeles, para passarem mensagens políticas e apelarem ao voto nas presidenciais de 2020.

Phoenix venceu a estatueta de Melhor Ator pelo desempenho em "Joker", filme de Todd Phillips, e quando subiu ao palco do Beverly Hilton usou o seu discurso para chamar todas as pessoas à ação na crise climática.

"É simpático as pessoas enviarem os seus sentimentos à Austrália, mas temos de fazer melhor que isso", afirmou o ator, conhecido pelo ativismo vegan, depois de vários premiados terem referido os fogos catastróficos que consomem aquele país.

"É bom votar, mas às vezes temos de pôr as coisas nas nossas mãos", disse Phoenix, criticando as celebridades que apanham "jatos privados para irem a Palm Springs". O ator elogiou a decisão da Associação da Crítica Estrangeira em Hollywood, que organiza os Globos de Ouro, de apresentar um menu vegano na cerimónia, "reconhecendo a ligação entre a produção de animais e as alterações climáticas".

A crise na Austrália foi referenciada por várias celebridades e motivou a ausência de Russell Crowe, que venceu o Globo de Ouro para Melhor Ator em Série Limitada ou Filme para Televisão por "The Loudest Voice" (Showtime).

O ator escreveu um discurso de vitória, lido em palco por Jennifer Aniston, no qual disse que os fogos são resultado das alterações climáticas e é necessário "agir com base na ciência" e mudar para energias renováveis.

As mensagens políticas da cerimónia, apresentada por Ricky Gervais, foram além dos incêndios e tocaram também nas tensões entre os EUA e o Irão e nas presidenciais de 2020.

Patricia Arquette, conhecida pelos discursos de vitória apaixonados, venceu o Globo de Melhor Atriz Secundária em Série ou Filme para Televisão por "The Act" e apareceu de óculos escuros a criticar a atual situação com o Irão.

"Não vamos olhar para trás para esta noite... nos livros de história vamos ver um país à beira da guerra", disse, mencionando que o presidente dos Estados Unidos usou o Twitter para ameaçar o bombardeamento de 52 alvos iranianos.

"Jovens a arriscar as suas vidas em viagem pelo mundo, pessoas sem saberem se vão cair bombas na sua cabeça. E o continente da Austrália em chamas", acrescentou.

A atriz terminou o discurso apelando ao voto, o mesmo que Michelle Williams tinha feito um pouco antes.

Ao vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Série Limitada ou Filme para Televisão, por "Fosse/Verdon" (FX), Williams alongou-se num discurso em defesa do direito das mulheres à interrupção voluntária da gravidez e a outras escolhas de autodeterminação.

"Como mulheres e raparigas, há coisas que podem acontecer aos nossos corpos que não são nossa escolha", disse Michelle Williams, que está grávida, afirmando que não teria chegado àquele patamar se não tivesse podido escolher "quando ter filhos e com quem".

Williams apelou às mulheres que "votem de acordo com o interesse próprio", algo que "os homens têm feito" por muito tempo. "É por isso que o mundo se parece tanto com eles", disse. "Vamos fazer com que se pareça mais connosco".

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