Suspeita de mortes em ensaios clínicos

Por Correio da Manhã

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) registou desde 2013 um total de 157 reações adversas graves, em doentes que participam em ensaios clínicos em Portugal. Há situações suspeitas de os testes terem resultado em morte, segundo confirmou o Infarmed ao CM. O ano de 2015 foi o que registou o maior número de notificações: 46.

"Foram notificados casos em que não foi possível excluir uma relação causal entre a administração do medicamento experimental e uma reação adversa associada a um desfecho fatal e risco de vida", referiu o Infarmed, sem concretizar números: "Os ensaios clínicos envolvem doentes com situações distintas e com diferentes patologias, que têm de ser avaliadas caso a caso, como na oncologia, onde normalmente os doentes estão em situação de risco de vida e em que os ensaios clínicos apenas tendem a prolongar a esperança de vida ou aumentar a qualidade de vida."

Ao CM, a Autoridade do Medicamento adiantou que, no entender dos investigadores, também não foi possível excluir uma relação causal entre o medicamento em estudo e a "hospitalização ou prolongamento da mesma, incapacidade ou ainda a situações clinicamente relevantes". Decorrem atualmente 350 ensaios clínicos, destes, 43% são na área oncológica. Ontem foi apresentado um portal para registo e divulgação dos estudos clínicos.

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