O governador do Banco Central do Bangladesh demitiu-se hoje, depois de piratas informáticos terem roubado 81 milhões de dólares das reservas estrangeiras do país
O ciberataque de uma conta do Bangladesh na Reserva Federal dos Estados Unidos, em Nova Iorque, embaraçou o Governo e o ministro das Finanças pediu a demissão do governador do Banco Central do país, Atiur Rahman. "Ele ligou-me ontem e eu pedi-lhe para se demitir. E ele demitiu-se hoje", disse o ministro A.M.A Muhith à agência AFP.
Atiur Rahman, um economista, foi designado governador do Banco do Bangladesh em 2009 e deveria reformar-se em Agosto. A sua demissão surge depois de A.M.A Muhith ter revelado que o governador apenas o informou das perdas cerca de um mês depois de terem ocorrido, a 05 de Fevereiro.
Quando, na semana passada, começaram a ser conhecidos os pormenores do escândalo, Rahman, de 64 anos, viajou para a Índia para participar numa reunião do Fundo Monetário Internacional, deixando funcionários menos experientes do banco a tentarem explicar como é que oshackers conseguiram apoderar-se do dinheiro.
Os piratas informáticos bombardearam o banco de Nova Iorque com dezenas de pedidos de transferências e aparentavam estar a tentar explorar falhas na comunicação entre os bancos ao fim-de-semana. O roubo informático ocorreu a uma sexta-feira, dia em que o Banco do Bangladesh se encontra fechado, enquanto a Reserva Federal encerra ao Sábado e ao Domingo.
Oshackersterão tentado roubar mais 850 milhões de dólares, mas os sistemas de segurança do banco e os erros na digitação em alguns dos pedidos de transferência impediram prejuízos maiores. O piratas terão escrito mal o nome de uma organização não-governamental do Sri Lanka, desencadeando uma verificação do pedido em causa que fez então soar o alarme.
A verba efectivamente furtada foi transferida electronicamente para contas nas Filipinas. Alguns dos fundos foram recuperados e as autoridades das Filipinas congelaram o dinheiro na sequência de ordens judiciais, disse o Banco do Bangladesh. A Reserva Federal dos Estados Unidos, que gere as reservas do Banco do Bangladesh, negou que os seus próprios sistemas tenham sido violados.
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