Passos Coelho: "A visão estratégica que tenho para Portugal ficou a meio"

Por Liliana Borges - Jornal de Negócios

Pedro Passos Coelho anunciou oficialmente esta quinta-feira a sua recandidatura à presidência do partido, sob o lema "Social Democracia Sempre!". O líder do PSD reforça assim uma outra recandidatura: a da chefia de um Governo.O antigo primeiro-ministro justificou a sua candidatura com "a história e passado" que marcaram a sua "intervenção cívica". Passos Coelho recordou "o país que herdou" quando se tornou primeiro-ministro, "com um forte fardo às costas", argumentando que sabia que isso lhe traria "dissabores" durante o seu Governo e lamentando que o Executivo não tenha ido "a tempo de arrepiar caminho e evitar o pior".Não obstante, o líder da oposição considerou que não deixou Portugal falhar no essencial. "Digo, sem falsa modéstia, que conseguimos fazer o melhor. Não falhámos. Se hoje podemos ser mais ambiciosos na recuperação do rendimento, isso deve-se sobretudo aos resultados que conseguimos alcançar", sublinhou, sem deixar de falar nas "feridas que ainda precisam de ser saradas"."Fiz o que era preciso, mesmo sabendo que isso me poderia pôr em causa uma reeleição", afirmou, reconhecendo que ainda nem todos os portugueses compreenderam as suas opções enquanto líder do anterior Governo."A visão estratégica que tenho para Portugal ficou a meio", considerou, dizendo por isso que olha para a sua recandidatura como um "acto de coerência", não apenas dentro do partido social-democrata, mas também em relação ao país.Pedro Passos Coelho recandidata-se seis anos depois de ter chegado à liderança do partido, em 2010, após ter falhado a primeira eleição em Maio de 2008, quando perdeu a secretaria-geral do PSD para Manuela Ferreira Leite. As eleições directas no PSD realizam-se daqui a um mês, a 5 de Março. O congresso social-democrata está marcado para os dias 1, 2 e 3 de Abril. 

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