Sábado – Pense por si

A crise que fazia falta

25 de março de 2011 às 12:16

José Sócrates tem a crise que desejou e que provocou. Pedro Passos Coelho tem a oportunidade por que ansiava. A crise política é a factura que o País tem que pagar. Vale a pena suportá-la? Sim. Por três motivos.

1. O Governo estava esgotado. Os cabelos brancos de Fernando Teixeira dos Santos e a energia de José Sócrates já valiam tanto como um pedaço de gelo na Antárctida. Este não é um cenário que se deseje em tempos de crise grave. Portugal precisa de um Governo forte, credível e de emergência. Na minoria acéfala de que o PS dispõe actualmente no Parlamento, não há força. Há apenas obediência ao chefe. E o chefe errou o suficiente para ser levado a julgamento nas urnas. Negou a crise quando devia estar a combatê-la, garantiu tempos radiosos quando as nuvens se acumulavam no horizonte. Da prosperidade evanescente que prometeu quando estava em causa ganhar eleições, sobra um único desígnio: evitar que o FMI faça parte da solução imediata para superar os problemas de liquidez e a ameaça de insolvência que paira sobre Portugal. Como incentivo para lutar pela sobrevivência política pode ser muito. Como razão para segurar as rédeas do poder, é pouco mais do que nada.

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