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Polícia brasileira liga piloto de Pablo Escobar a fraude com criptomoedas envolvendo Portugal

11 de agosto de 2022 às 20:26

"Um dos pilotos responsáveis pelo transporte de drogas" para o cartel comandado nos anos 1980 e 1990 por Escobar facilitou a "extensão das atividades ilícitas do grupo" ao estrangeiro, adianta a Polícia Federal.

A Polícia Federal do Brasil associou um antigo piloto do já falecido barão da droga colombiano Pablo Escobar a uma organização criminosa acusada de operar uma "pirâmide financeira" através da compra de criptomoedas, com captação de fundos em países como Portugal.

"De acordo com a investigação, a organização criminosa estendeu sua atuação ilícita para o exterior, promovendo a atividade de captação de recursos financeiros de terceiros nos Estados Unidos, Portugal e outros países", lê-se no comunicado da Polícia Federal.

Segundo uma declaração da Polícia Federal, "um dos pilotos responsáveis pelo transporte de drogas" para o cartel comandado nos anos 1980 e 1990 por Escobar facilitou a "extensão das atividades ilícitas do grupo" ao estrangeiro.

A operação conjunta com a participação do Ministério Público determinou que as "atividades" do grupo nos Estados Unidos foram "estruturadas" pelo piloto, que viajou para o país norte-americano "com um passaporte falso".

As autoridades não identificaram o piloto, mas de acordo com os meios de comunicação locais é o brasileiro Ricardo Rodrigues Gomes, que em 2006, após 17 anos de fuga à justiça, foi detido em São Paulo e cumpriu oito anos no Rio de Janeiro por tráfico internacional de droga.

No entanto, "Pilot", como Rodrigues Gomes também é conhecido, é considerado um fugitivo pelos Estados Unidos, onde foi condenado por transportar uma tonelada de cocaína para o Cartel de Medellín em 1989 num avião pertencente à agora extinta companhia aérea Varig que voou entre o Rio de Janeiro e Miami.

A Polícia Federal indicou que o piloto utilizou documentos falsos, tais como faturas sem origem, para "justificar a circulação de depósitos bancários" nas contas de uma empresa aberta nos Estados Unidos, que, por sua vez, os entregou em criptomoedas "ao líder da organização criminosa".

Além disso, segundo a polícia, o piloto "foi responsável por fornecer a documentação necessária para a estadia dos líderes da organização nos Estados Unidos" e por "satisfazer os seus desejos pessoais", tais como a compra de um avião de luxo para o transporte de 19 pessoas em nome da sua própria filha.

Na operação de quarta-feira, que é a quarta fase da Operação Kryptos, 25 agentes da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca nas cidades do Rio de Janeiro e Cabo Frio e colocaram os nomes de outros suspeitos na "lista vermelha" da Interpol.

O piloto e outros membros da organização criminosa estão alegadamente nos Estados Unidos.

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