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Nóvoa diz que problema grego "é europeu”

16 de julho de 2015 às 11:54

O ex-reitor da Universidade de Lisboa declarou que a UE "está a afastar-se, perigosamente, dos valores que deram corpo ao processo de integração europeia"

O candidato à presidência da República Sampaio da Nóvoa disse na passada noite de quarta-feira que não há um problema exclusivo da Grécia, antes um de cariz europeu que deve ser encarado "com coragem".

 

"Não nos podemos resignar perante o que se está a passar na Europa. É inaceitável que, a pretexto de dificuldades financeiras de um dos Estados-membros, se pretenda interferir nas decisões soberanas de um povo ou humilhar as instituições que democraticamente o representam", vincou esta noite o candidato presidencial.

 

Sampaio da Nóvoa falava em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, onde esta noite é apresentada a sua Comissão de Candidatura na corrida às presidenciais de 2016.

 

No que respeita à Grécia, e numa noite em que o parlamento vota o acordo negociado entre o país e os credores, o ex-reitor da Universidade de Lisboa declarou que a União Europeia "está a afastar-se, perigosamente, dos valores que deram corpo ao processo de integração europeia", nomeadamente a "coesão económica, social e territorial".

 

"Respeitar os tratados europeus não se resume, como alguns pretendem, ao cumprimento das regras da União Económica e Monetária. É muito mais do que isso: é cumprir todas as normas que os constituem, garantindo que o processo de integração não degenera no exercício de poder de uns Estados sobre outros", declarou o candidato.

 

E acrescentou: "Impõe-se um debate profundo sobre esta questão, envolvendo todos os portugueses, e não só as elites políticas ou económicas, um debate que o Presidente da República pode e deve promover, construindo um compromisso nacional em torno da nossa posição sobre a mais do que necessária reformulação institucional da União".

 

Para Sampaio da Nóvoa, os portugueses não são cidadãos "desta Europa", onde a "casa comum" de vários Estados-membros se transformou em "campo de batalha".

 

"Não há apenas um problema grego, ou português, ou finlandês, ou francês, ou inglês, ou alemão. Há, sobretudo, um problema europeu. Temos de o reconhecer e de o enfrentar com coragem", ressalvou.

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