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GNR mordido por cães que terão causado uma morte na Feira

Lusa 21 de março de 2025 às 17:23

A esse ferimento ligeiro não é reconhecida gravidade, mas o guarda recebeu ainda assim tratamento no Hospitalar São Sebastião, "sobretudo para se evitarem infeções".

Um militar da GNR foi hoje mordido por um dos cães que terão matado um homem de 68 anos em Santa Maria da Feira, revelou essa força policial, atribuindo o ataque aos procedimentos para captura da matilha.

Segundo fonte do comando distrital de Aveiro da GNR, a situação deu-se na freguesia de Nogueira da Regedoura, onde se situa o depósito de inertes em que quinta-feira o homem de 68 anos, proprietário do terreno, terá sido atacado por cães.

Fonte do comando da GNR disse à Lusa que as circunstâncias exatas da morte do homem só serão apuradas após concluídas as devidas perícias forenses, mas explicou que, quanto aos factos de hoje, a situação é mais clara: "O militar foi mordido numa perna por um dos canídeos quando estava a dar apoio aos técnicos do Município de Santa Maria da Feira nas operações para identificar e capturar os animais".

A esse ferimento ligeiro não é reconhecida gravidade, mas o guarda recebeu ainda assim tratamento no Hospitalar São Sebastião, "sobretudo para se evitarem infeções".

Quanto à segurança pública face às ocorrências destes dois dias, a mesma fonte do comando da GNR afirmou que a matilha está a ser cercada.

"Neste momento está-se a fazer tudo para sanar o problema, com trabalhos para restringir as movimentações dos animais, com vista à sua captura", adiantou.

Contactada pela Lusa, a Câmara da Feira também mencionou incertezas quanto à morte de quinta-feira: "Até agora, desconhecem-se as circunstâncias da trágica ocorrência, nomeadamente se estão em causa cães com dono ou errantes, com ou sem 'chip', pelo que se aguarda o apuramento dos factos pelas autoridades competentes".

Tendo em conta também o ataque de hoje, a autarquia contratou "uma equipa especializada de veterinários para imobilizar os animais com recurso a balas com tranquilizantes".

"Assim que a matilha seja localizada, cercada e imobilizada, os cães serão encaminhados para o Canil Intermunicipal da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, para aí se aferir o grau de perigosidade de cada um dos animais", salientou a fonte.

Essa solução não agrada, contudo, à coordenação local do Bloco de Esquerda (BE), que, sobre o mesmo assunto, declarou hoje em comunicado que "a Câmara Municipal da Feira refugia-se no facto de existir um canil intermunicipal -- que também serve os concelhos de Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra -- e esta resposta é de longe manifestamente insuficiente para as necessidades desses municípios".

O partido defende "a urgência da construção de um canil municipal com dignidade, de modo a responder à calamidade de matilhas de cães abandonados no concelho".

Essa medida deve ainda ser complementada, segundo o BE, com o incentivo à adoção responsável e com o reforço dos meios de controlo de animais errantes, no que o partido quer incluídos "todos os procedimentos clínicos necessários para salvaguardar a saúde pública e o bem-estar animal, de modo a que se evitem mais tragédias como as dos últimos dias".

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