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Frustração e esperança. Portugueses na Turquia ainda não encontraram ninguém vivo

Lusa 11 de fevereiro de 2023 às 14:52

"Já passámos por muitos mortos, mas o objetivo é encontrar alguém com vida e resgatá-la", relata o comandante José Guilherme, da Proteção Civil.

A equipa portuguesa que está em Antáquia ainda não encontrou qualquer pessoa com vida naquela que é uma das cidades mais afetadas pelo sismo, mas a esperança "nunca vai morrer" até à hora de desmobilização, garante o comandante da missão.

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Foto: EPA/JOAO RELVAS
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"Infelizmente, ainda não encontrámos ninguém com vida. Já passámos por muitos mortos, mas o objetivo é encontrar alguém com vida e resgatá-la", afirmou à agência Lusa o comandante da operação portuguesa no terreno, José Guilherme.

No local, estão 52 operacionais da Proteção Civil, GNR e emergência médica, incluindo seis cães, divididos em duas equipas que fazem turnos de cerca de 12 horas, trabalhando 24 sobre 24 horas no apoio aos esforços de busca e salvamento, desde o dia que chegaram, quarta-feira, a Antáquia, no sudeste da Turquia.

Os dias passam e "a janela de tempo é cada vez mais fechada, mas a esperança nestas equipas nunca vai morrer", assegura José Guilherme.

"Até à hora de desmobilização, estaremos sempre crentes de podermos encontrar alguém com vida", vincou, sublinhando, no entanto, que, face aos dias que já passaram, encontrar uma pessoa com vida, no meio dos escombros será "um milagre".

Filipe Rocha, chefe da equipa que esteve hoje a trabalhar na baixa de Antáquia de manhã, admite que o trabalho "é frustrante", no entanto, também mantém a mesma esperança do seu comandante.

"Estamos a dar o nosso melhor e, embora tenham passados seis dias, estamos confiantes de que ainda vamos salvar alguém", vincou.

No terreno, operacionais usam 'drones' para mapear a área afetada e sinalizar edifícios particularmente críticos, enquanto outros profissionais procuram nas ruínas possíveis sobreviventes, com recurso a cães, que estão treinados para sinalizar se detetarem sinais de vida por entre os escombros.

Apesar do comandante José Guilherme admitir que o trabalho acaba por ser "inglório", é "um trabalho muito honrado".

"Estas equipas têm-se empenhado naquilo que são as suas competências, valências e profissionalismo", realçou.

Para José Guilherme, o trabalho dos operacionais portugueses tem sido marcado "pelo empenho, disponibilidade e abnegação".

"O povo português deve ter orgulho destes profissionais", acrescentou o comandante.

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