Secções
Entrar

Fenprof confirma greve e nega negociações com Governo

13 de junho de 2017 às 15:22

Mário Nogueira reafirmou que se mantém a greve no dia em que estão também marcados exames nacionais

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, reafirmou esta terça-feira em Leiria que se mantém a greve do dia 21 de Junho, data de realização de exames nacionais, e desmentiu que haja negociações com o Governo.

1 de 5
Mário Nogueira
Foto: Sábado
Mário Nogueira
Foto: Paulo Novais
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa
Foto: JOÃO RELVAS/LUSA
Foto: Lusa

"Até esta hora [13h35] posso afirmar que não há nenhuma negociação em curso, não há nenhuma reunião a decorrer nem marcada", afirmou Mário Nogueira à agência Lusa, refutando assim declarações do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, à margem de uma cerimónia sobre os 30 anos do Programa Erasmus, em Estrasburgo.

Citado pelo Expresso, o governante disse estar em "diálogo com as organizações sindicais" e "também com outros actores que fazem parte da educação porque o caminho faz-se de diálogo e o diálogo continua".

Mário Nogueira salientou que "se não houver respostas" da tutela às preocupações dos professores, "será realizada uma grande greve no dia 21 de Junho".

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) realizou hoje de manhã, em Leiria, um plenário distrital do Sindicato dos Professores da Região Centro, onde foram discutidos vários problemas, entre os quais o descongelamento da carreira, os horários de trabalho, a necessidade de valorização da profissão de docente e o envelhecimento dos professores.

Mário Nogueira salientou a "participação significativa de docentes" neste encontro e afirmou que os professores "estão determinados, caso não haja resposta para as questões colocadas, a realizar uma grande greve".

Segundo o secretário-geral da Fenprof, existe uma "indignação" por parte da classe, por falta de "reorganização dos horários de trabalho, o que faz com que os professores trabalhem por semana, em média, 46 horas, pois há tempo que não é contabilizado".

Esta situação, disse Mário Nogueira, "provoca um desgaste enorme nos docentes".

Acresce a isso o "envelhecimento enorme da profissão". Segundo o secretário-geral da Fenprof, "não há medidas que permitam uma renovação dos docentes".

A "precariedade" é outra das preocupações evidenciadas, pois "os professores têm muito tempo de serviço e continuam de fora do processo de vinculação do Estado", seja "através do regime geral da função pública ou da própria profissão".

Mário Nogueira alertou ainda para a "expectativa" que foi criada no descongelamento das carreiras em 2018, lamentando que se "verifica um incumprimento".

Este responsável admitiu, contudo, desconvocar a greve, caso a tutela responda às preocupações dos docentes.

"Estamos disponíveis para dialogar. Não estamos a exigir nada de um dia para o outro, mas a exigir o cumprimento de respostas."

O secretário-geral anunciou ainda que os docentes presentes no plenário aprovaram por unanimidade uma moção que será entregue ao Governo no sentido de pedir respostas.

A Fenprof confirmou no dia 6 de Junho uma greve dos docentes para 21 de Junho.

Segundo a Fenprof, a tutela não assumiu compromissos em relação a matérias como o descongelamento de carreiras e o regime especial de aposentação ao fim de 36 anos de serviço, sem penalizações.

Para o dia da greve estão agendadas provas de aferição de Matemática e Estudo do Meio do 2.º ano de escolaridade e exames nacionais do 11.º ano às disciplinas de Física e Química A (uma das provas com maior número de inscritos), Geografia A e História da Cultura e das Artes.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela