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Rei Carlos III não deve regressar ao Palácio de Buckingham

Susana Lúcio 12 de junho de 2025 às 18:59

O monarca britânico será o primeiro, desde a rainha Vitória, a não viver na residência oficial da família real em Londres.

O rei Carlos de Inglaterra vive na mansão Clarence House, em Londres, desde 2003, e ali permaneceu após o seu casamento com Camilla Parker-Bowles, em 2005. Mesmo após terem sido coroados rei e rainha, em maio de 2023, os monarcas regressaram ao palacete, situado na zona de Westminster. O imponente Palácio de Buckingham, símbolo da monarquia britânica, é usado pelo rei como gabinete oficial e para aparições públicas dafamília realà varanda, como ocorreu no passado dia 8 de maio nas celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. 

Jane Barlow/Pool via REUTERS
Buckingham Palace JTB Photo/UIG via Getty Images


Uma das razões é a extensa obra de manutenção do palácio, iniciada ainda pela rainha Isabel II, e que envolve a substituição da canalização e instalação elétrica, datada dos anos 50. A obra, orçamentada em 432 milhões de euros, só deverá estar concluída em 2028. Outro motivo é a pouca vontade de Carlos III de viver no palácio. Segundo a especialista da realeza britânica, Camilla Tominey, editora no Daily Telegraph, o monarca nunca gostou de Buckingham e considera a sua grandeza inapropriada para residência oficial, tendo em conta os tempos modernos. Se assim for, será o primeiro monarca a não residir na residência oficial de Londres desde a rainha Vitória.

Reconciliação com príncipe Harry

O rei, de 76 anos, regressou à sua agenda oficial, depois de ter sido autorizado pelos médicos que o têm acompanhado no tratamento do cancro na próstata, diagnosticado no início do ano passado. Segundo Camilla Tominey, a doença está controlada, mas não curada. "O que se diz agora é que ele poderá morrer ‘com’ cancro e não ‘de’ cancro se seguir um programa de tratamento rigoroso", escreveu a editora. A Casa Real não comentou a notícia. Certo é que os festejos do seu 80º aniversário, em 2028, já começaram a ser planejados, garante Camilla Tominey.

Também estará a ser equacionada uma reconciliação entre Carlos e o filho mais novo, príncipe Harry, que desde 2020, decidiu sair da família real. "Há a perceção de que o impasse não pode perdurar para sempre e que poderá refletir-se negativamente na imagem do rei", explica Camilla Tominey. O príncipe, a residir na Califórnia, nos Estados Unidos, foi o primeiro a abrir essa porta quando, numa entrevista à BBC, referiu a idade avançada do pai. "Não faz sentido brigar mais. A vida é preciosa, eu não sei quanto tempo de vida tem o meu pai, ele não fala comigo por razões de segurança, mas seria bom reconciliarmo-nos."

REUTERS/Henry Nicholls


A reconciliação poderá ocorrer durante os Jogos Invictus de 2027, marcados para Birmingham, Reino Unido, uma iniciativa criada por Harry em 2014. Mas as negociações não serão fáceis. A Casa Real gostaria que os filhos de Harry e Meghan Markle, o príncipe Archie, de seis anos, e a princesa Lilibet, de quatro anos, pudessem estar presentes. O avô não os vê desde 2022. Mas Harry insiste que não é seguro levar a família para o Reino Unido, depois lhe ter sido retirada a segurança pessoal, após ter saído da família real.  

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