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Naomi Campbell proibida de ser administradora de instituições de caridade 

Débora Calheiros Lourenço 29 de setembro de 2024 às 10:00

Em causa está "má conduta financeira" na utilização de fundos da Fashion For Relief em hotéis de luxo, tratamentos de spa e segurança privada.

A modelo Naomi Campbell foi proibida de ser administradora de uma instituição de caridade em Inglaterra e País de Gales depois de o regulador britânico das instituições de caridade britânico ter descoberto provas de "má conduta financeira" na utilização de fundos da Fashion For Relief em hotéis de luxo, tratamentos de spa e segurança privada. Por exemplo, foram detetados pagamentos por uma estada num hotel luxuoso em Cannes, França, por serviço de quartos e até cigarros. 

REUTERS/Yara Nardi

O inquérito analisou as despesas da Fashion For Relief entre abril de 2016 e julho de 2022 e descobriu que apenas 8,5% dos fundos arrecadados foram gastos em doações a instituições de caridade. 

Esta quinta-feira, 26, Naomi Campbell afirmou estar "extremamente preocupada" com a situação e garantiu não ser ela a deter "o controlo" da instituição de caridade. "Estamos a investigar para descobrir o quê e como, e tudo o que eu faço e qualquer cêntimo que alguma vez angariei reverte para caridade."

Aos 54 anos, a modelo ficou proibida de fazer parte de instituições de caridade durante cinco anos enquanto as outras duas administradoras, Bianka Hellmich e Veronica Chou, receberam uma proibição com duração de nove e quatro anos, respetivamente. 

O inquérito descobriu pagamentos não autorizados num total de 347 mil euros por serviços de consultoria feitos para a conta de Bianka Hellmich. 

Isto significa que que a Fashion For Relief utilizava apenas uma fração dos milhares de euros que foram arrecadados durante vários eventos de moda com fins solidários. Dos cofres da instituição, o regulador conseguiu identificar cerca de 420 mil euros enviados a outras duas instituições, a Save the Children e a Mayor's Fund for London.

Tim Hopkins, diretor assistente de investigações especializadas da Comissão de Caridade britânica, referiu que a responsabilidade dos administradores das instituições de caridade é "tomar decisões que sejam do melhor interesse da organização e cumprir as suas responsabilidades legais", algo que não foi verificado neste caso: "A nossa investigação descobriu que os administradores desta instituição de caridade falharam em fazê-lo, o que resultou na sua desqualificação". 

A Fashion for Relief foi fundada em 2005 após a passagem do furacão Katrina em Nova Orleães. Foi dissolvida e retirada do registo de instituições de caridade no início deste ano e, segundo o site, apresentou iniciativas de moda e projetos em Nova Iorque, Londres, Cannes, Moscovo, Bombaim e Dar es Sallam, tendo angariado mais de 14 milhões de euros para caridade. 

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