Naomi Campbell proibida de ser administradora de instituições de caridade
Em causa está "má conduta financeira" na utilização de fundos da Fashion For Relief em hotéis de luxo, tratamentos de spa e segurança privada.
A modelo Naomi Campbell foi proibida de ser administradora de uma instituição de caridade em Inglaterra e País de Gales depois de o regulador britânico das instituições de caridade britânico ter descoberto provas de "má conduta financeira" na utilização de fundos da Fashion For Relief em hotéis de luxo, tratamentos de spa e segurança privada. Por exemplo, foram detetados pagamentos por uma estada num hotel luxuoso em Cannes, França, por serviço de quartos e até cigarros.
O inquérito analisou as despesas da Fashion For Relief entre abril de 2016 e julho de 2022 e descobriu que apenas 8,5% dos fundos arrecadados foram gastos em doações a instituições de caridade.
Esta quinta-feira, 26, Naomi Campbell afirmou estar "extremamente preocupada" com a situação e garantiu não ser ela a deter "o controlo" da instituição de caridade. "Estamos a investigar para descobrir o quê e como, e tudo o que eu faço e qualquer cêntimo que alguma vez angariei reverte para caridade."
Aos 54 anos, a modelo ficou proibida de fazer parte de instituições de caridade durante cinco anos enquanto as outras duas administradoras, Bianka Hellmich e Veronica Chou, receberam uma proibição com duração de nove e quatro anos, respetivamente.
O inquérito descobriu pagamentos não autorizados num total de 347 mil euros por serviços de consultoria feitos para a conta de Bianka Hellmich.
Isto significa que que a Fashion For Relief utilizava apenas uma fração dos milhares de euros que foram arrecadados durante vários eventos de moda com fins solidários. Dos cofres da instituição, o regulador conseguiu identificar cerca de 420 mil euros enviados a outras duas instituições, a Save the Children e a Mayor's Fund for London.
Tim Hopkins, diretor assistente de investigações especializadas da Comissão de Caridade britânica, referiu que a responsabilidade dos administradores das instituições de caridade é "tomar decisões que sejam do melhor interesse da organização e cumprir as suas responsabilidades legais", algo que não foi verificado neste caso: "A nossa investigação descobriu que os administradores desta instituição de caridade falharam em fazê-lo, o que resultou na sua desqualificação".
A Fashion for Relief foi fundada em 2005 após a passagem do furacão Katrina em Nova Orleães. Foi dissolvida e retirada do registo de instituições de caridade no início deste ano e, segundo o site, apresentou iniciativas de moda e projetos em Nova Iorque, Londres, Cannes, Moscovo, Bombaim e Dar es Sallam, tendo angariado mais de 14 milhões de euros para caridade.
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