Comparticipar fármacos para obesidade custaria mais do que despesa total com farmácias
Se se avançasse com uma comparticipação de 90% de todos os medicamentos, o Estado gastaria dois mil milhões de euros.
Se se avançasse com uma comparticipação de 90% de todos os medicamentos, o Estado gastaria dois mil milhões de euros.
Eliminam a sensação de fome e estão a revolucionar o tratamento da obesidade e de outras doenças crónicas provocadas pelo excesso de peso. Apesar de ter sido o primeiro país da Europa a declarar a patologia como uma doença crónica, Portugal ainda não comparticipa estes fármacos. Um erro e uma injustiça, defendem os especialistas.
O presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade e a secretária-geral da Associação Portuguesa de Nutrição defendem à SÁBADO a necessidade de equipas multidisciplinares capazes de combater a doença.
São muito eficazes, mas têm dois custos. Um é o preço, os injetáveis são caros e não estão comparticipados. Outro são os efeitos secundários. Há pessoas que abandonam a medicação porque passam dias inteiros maldispostas ou a vomitar. Há quem não consiga levantar-se da cama por causa das tonturas e até relatos de pensamentos suicidas associados à toma. Estes fármacos estão indicados para pessoas com excesso de peso e obesidade, mas há muita gente a fazê-los só por vaidade, sem que existam estudos que provem que são seguros quando não há doença.
O pedido para que estes medicamentos sejam considerados foi feito por três médicos dos Estados Unidos e agora o painel de conselheiros vai poder aprová-lo, rejeitá-lo ou preferir esperar por mais evidências.
Maria Barreto gasta todos os meses 240 euros num medicamento que lhe reduz o apetite e já a fez perder 22 quilos. Há novos fármacos para o tratamento da obesidade que são eficazes e seguros, mas ainda nenhum é comparticipado. Estará para breve? Os especialistas consideram que o problema tem sido desvalorizado.