
Se aulas começassem hoje haveria mais de 400 mil alunos sem todos os professores atribuídos
No ano passado "havia 164 horários sem professores atribuídos, e agora há mais de três mil", alertou José Feliciano Costa, secretário-geral da Fenprof.
No ano passado "havia 164 horários sem professores atribuídos, e agora há mais de três mil", alertou José Feliciano Costa, secretário-geral da Fenprof.
O concurso conta com 2.309 vagas distribuídas pelos 23 quadros de zona pedagógica com maior carência de professores, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Estes professores "não conseguiram obter colocação, mesmo tendo concorrido a todas as vagas disponíveis nos 63 Quadros de Zona Pedagógica e a um número significativo de escolas", refere a FNE.
Por agora – reitero – vigora ainda a ditadura da antiguidade. Na autocracia do tempo que se arrasta, o potencial de cada professor para trabalhar numa escola nada mais é do que um número num Excel.
A quase monopolização das notícias sobre Educação pela legítima reivindicação da reposição do tempo de serviço e pelo problema da falta de professores impediram que se desse atenção ao triplo virar de página que hoje pretendo evidenciar.
Ex-primeiro-ministro pediu ao Presidente da República para entregar a Luís Montenegro 50 páginas com os projetos do Governo que ficaram por realizar e as obras feitas (literalmente) até ao último dia.
O diploma indica que a abertura de vagas nos quadros de escola tem em conta as necessidades que foram manifestadas pelas escolas públicas até ao início de cada ano letivo, nos últimos três anos, de correspondentes a horários anuais e completos.
A três meses das eleições legislativas, os vários sindicatos da área da educação têm estado a auscultar os partidos políticos para conhecer os programas eleitorais dos diferentes candidatos.
São 13 professores que se juntaram nas redes sociais e garantem não ter ligações a partidos nem sindicatos, apesar de os seus porta-vozes serem filiados no STOP. Querem congelar o trânsito às 6h23 da tarde de dia 20 de março num protesto pelo descongelamento da carreira.
"O tempo é para contar, não é para roubar" foi uma das frases mais gritadas pelos professores que exigem ao Governo que abra um processo negocial para a recuperação dos mais de seis anos em que tiveram as suas carreiras congeladas.
Os sindicatos e o Ministério da Educação retomam hoje as negociações sobre um novo regime de recrutamento e colocação de professores.
As negociações deveriam terminar esta semana, mas já foi colocada a hipótese de reuniões suplementares por não haver acordo à vista.
Protesto em Lisboa é organizado pela Fenprof, mas conta também com a participação da Federação Nacional de Educação (FNE) e outras sete organizações sindicais. STOP não organizou, mas marcará presença.
"O ministério não apresentou nenhum documento", criticou Mário Nogueira, em representação de todos os sindicatos que hoje estiveram reunidos durante seis horas com o secretário de Estado da Educação, António Leite.
Dentro das medidas apresentadas pelo Governo ao setor está a possibilidade dos professores de quadro poderem vir a dar aulas em mais que um agrupamento e a vinculação de 10 mil docente ainda este ano.
Horas antes de retomar a terceira ronda negocial com os sindicatos, João Costa apresentou algumas das medidas que quer pôr em prática para fazer face à "precariedade" dos professores.