Gabriel Santos Ferreira, 30 anos, exerce medicina há dois anos sem qualquer especialização. Apesar de estar a dar consultas num centro de saúde, não considera que tenha as competências necessárias para fazer o seguimento de uma lista de doentes. Afirma que mesmo que o Governo lhe propusesse essa possibilidade, não aceitaria.
Vagas distribuem-se pelas especialidades de estomatologia, imuno-hemoterapia, medicina geral e familiar, medicina interna, patologia clínica e saúde pública.
Ainda que assumam que época cria ansiedade e stress, faculdades não registam aumento significativo de consultas de apoio. Quando é sério, pode levar a insónias e burnout.
Novembro já vai a meio e vêm aí as temidas provas de acesso à especialidade médica. Esta é também a semana em que os produtores de vinho comunicam os resultados das vindimas e Portugal é país com maior crescimento num ano que foi um dos piores para a maioria dos países europeus. Mas há mais para ler.
"Estamos a criar cada vez mais médicos não-especialistas que acabam por exercer como médicos tarefeiros no Serviço Nacional de Saúde", lamenta ANEM.
A nova Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada para alunos de Medicina chega em novembro para substituir o antigo "Harrison" e há cursos com perguntas semelhantes às colocadas no exame.
Clínicos dizem que novas regras põem barreiras à especialização dos novos médicos.
Regra consta do despacho publicado em Diário da República.
Em Janeiro deste ano, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou à agência Lusa que o Governo estava a finalizar o diploma do internato médico.
O "exame Harrison" está em vigor há 40 anos e é criticado por se concentrar na memorização.
Com apenas 17 anos e conhecimentos de informática avançada, um aluno mal preparado para os exames nacionais de acesso à universidade hackeou o site do Presidente e declarou o adiamento da prova
