
Ex-motorista de Eduardo Cabrita condenado a 14 meses de pena suspensa por atropelamento na A6
Marco Pontes era o único arguido do processo.
Marco Pontes era o único arguido do processo.
O motorista do então ministro da Administração Interna é o único arguido do processo e responde pela prática de um crime de homicídio por negligência grosseira.
Procuradora do Ministério Público considerou que os factos que constam no despacho de pronúncia "encontram-se provados", pelo que o arguido "deve ser condenado por homicídio negligência".
Quando questionado pela juíza Vanda Simões sobre a velocidade de 155 quilómetros por hora apurada por uma perícia, referiu que não tem a perceção de que ia a essa velocidade e que até "circulava devagar nas condições em que ia".
O início do julgamento está marcado para as 09:30 do dia 22 de maio, no Tribunal Judicial de Évora.
"Não passaria pela cabeça de ninguém" atribuir a culpa de um acidente a uma pessoa que viajasse "num carro seu com motorista", sustenta advogado do antigo ministro.
Magistrado do Ministério Público considera que não há indícios suficientes que sustentem a pronúncia de Eduardo Cabrita e do seu chefe de segurança, Nuno Dias.
No dia 18 de junho de 2021 um funcionário de uma empresa estaria a realizar trabalhos de manutenção na A6, quando foi atropelado mortalmente pelo automóvel em que seguia o então ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, O interrogatório vai ser agora retomado, a 18 de outubro.
Trabalhos foram reagendados para dia 30 deste mês, altura em que também serão realizadas as inquirições de testemunhas.
Segundo a defesa de Marco Pontes, "o Corpo de Segurança Pessoal da PSP é que determina" a forma de circular da comitiva do então governante e o motorista apenas "tem que cumprir" as ordens dadas.
A procuradora manteve a acusação de homicídio por negligência apenas ao motorista. O ex-ministro e chefe de segurança da PSP não foram acusados de homicídio por negligência.
Ministério Público solicitou em janeiro à Assembleia da República o levantamento da imunidade parlamentar para que possa ser constituído e interrogado como arguido no caso do acidente mortal na A6 que vitimou um trabalhador.
Nuno Dias prestou declarações esta quinta-feira acompanhado por uma advogada. O motorista Marco Pontes já foi acusado de homicídio por negligência.
Segundo os autos do processo, consultados pela agência Lusa, Nuno Dias, da PSP e chefe de segurança de Alta Entidade, cuja constituição como arguido foi também determinada pelo Ministério Público (MP), foi inquirido como testemunha em 25 de junho do ano passado.
Decisão foi tomada no seguimento de um requerimento da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados.
Advogado da ACA-M, Paulo Graça, considera que deve ser deduzida acusação penal contra o antigo ministro da Administração Interna "pela prática, em autoria paralela e por omissão, do crime de homicídio por negligência".