Com a urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro fechada, a ambulância seguiu para Almada, mas o bebé acabou por nascer no IC21, antes das portagens.
Enquanto aguardavam por indicações do CODU para saber para onde se deveriam dirigir, a grávida entrou em trabalho de parto e a criança, um menino.
No início do mês, a ULSAS indicou que, em maio, o serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia do hospital Garcia de Orta apenas atenderia no período noturno (entre as 20h e as 8h) mulheres que estivessem referenciadas, de acordo com uma Deliberação da Direção Executiva do SNS.
A entrega de declarações de indisponibilidade para realização de trabalho extraordinário para além do limite legalmente previsto levou à decisão do fecho.
Sobrelotação do serviço é a razão apresentada no pedido ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes do Instituto Nacional de Emergência Médica.
"Não podemos como chefes de equipa, assistentes hospitalares de medicina interna e médicos deste hospital aceitar chefiar uma equipa de urgência nas presentes condições de trabalho", frisam numa carta enviada à administração.
O Serviço de Urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, vive uma situação caótica: há um surto de Covid porque os doentes não têm o distanciamento necessário, o espaço está lotado com mais do triplo da capacidade e não há profissionais de saúde suficientes para fazer os turnos.
Segundo o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, o sistema do Hospital Garcia de Orta "faliu" e os serviços estão a ser garantidos em formato papel, tanto a nível de requisições para utentes como de horários de profissionais. Não se sabe ainda que dados poderão ser recuperados.
Hospital confirma que foi feito um "pedido de resgate" para recuperar o sistema que continua em baixo. Casos de urgência podem ser reencaminhados para outras unidades hospitalares da Região de Lisboa e Vale do Tejo.
O caso da variante Ómicron levou ao encerramento temporário dos serviços de urgência pediátrica e consulta externa de pediatria do Hospital Garcia de Orta por 14 dias.
José Pinto de Almeida está demissionário desde agosto a gerir um serviço que deveria ter 23 pessoas e tem 11. Em breve serão só 9. Em agosto chegou a fazer três turnos de 24 horas numa semana e este ano já terá mais de 700 horas extra. Considerou as declarações da tutela "ofensivas".
Sindicato acusa conselho de administração do hospital de ter dado "mais uma prova de gestão autocrática e antidemocrática", ao demitir diretor de serviço "por delito de opinião".
Presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha, afirmou que "nem no tempo do fascismo havia não-justificações menos explícitas".
O Portugal que faz a comida, a energia e os medicamentos chegarem até sua casa continua a trabalhar
Ministério da Saúde admite que reabertura da urgência pediátrica do hospital de Almada no período noturno vir a ser feita "por fases".
Cerca de 200 utentes concentraram-se à porta do hospital de Almada para exigir que a urgência pediátrica volte a estar "aberta de noite e dia".
